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Bolívia, Suécia, Etiópia e Cazaquistão entram para Conselho de Segurança

29/06/2016 14h37

Mario Villar.

Nações Unidas, 29 jun (EFE).- Bolívia, Suécia, Etiópia e Cazaquistão foram escolhidos nesta terça-feira como membros não-permanentes do Conselho de Segurança da ONU para o período 2017-2018, enquanto Itália e Holanda propuseram dividir a última vaga após empatar na votação realizada na Assembleia Geral.

Os novos membros devem substituir, a partir de janeiro, Espanha, Venezuela, Nova Zelândia, Malásia e Angola no principal órgão de decisão das Nações Unidas.

Bolívia, Suécia e Etiópia foram eleitos pela via rápida, ao conseguirem na primeira votação a maioria de dois terços que se requer na Assembleia Geral.

Sem oposição entre os países latino-americanos, a candidatura boliviana recebeu o respaldo de 183 dos 193 Estados-membros, enquanto a Etiópia, que chegava também sem rivais, obteve 185 apoios.

A Suécia, por sua vez, derrotou Itália e Holanda e, com 134 votos a favor, conseguiu o primeiro assento aberto para o grupo que os países da Europa Ocidental compartilham com outras nações como Austrália e Canadá.

Na segunda rodada, o Cazaquistão obteve os votos suficientes para superar o outro candidato asiático, a Tailândia, e se tornar o primeiro país da Ásia Central a entrar no Conselho de Segurança.

Após cinco votações, nem italianos ou holandeses tinham reunido os apoios suficientes e, após um empate na última delas, a situação ameaçava se eternizar.

Para destravar o bloqueio, os dois países propuseram à Assembleia Geral dividir o posto, uma fórmula pouco habitual, mas que já havia sido utilizada em casos assim.

Segundo o acordo, a Itália fará parte do Conselho de Segurança no próximo ano, e a Holanda o fará em 2018, desde que a fórmula seja aceita pelos membros de seu grupo regional.

"O sinal desta Assembleia nesta tarde foi bastante claro e se refletiu na última votação. Foram 95 votos para a Itália e 95 votos para os Países Baixos", disse o ministro das Relações Exteriores holandês, Bert Koenders, ao apresentar o plano.

Seu colega italiano, Paolo Gentiloni, defendeu que a proposta envia "uma mensagem de união entre dois países europeus" e oferece "uma solução diplomática".

O grupo regional da Europa Ocidental e outros países se reunirá amanhã para tomar uma decisão, embora Gentiloni já tenha dado como certo que a proposta será aceita.

Tanto Itália como Holanda contam com uma grande experiência no Conselho de Segurança, do qual foram membros em seis e cinco ocasiões, respectivamente.

No outro extremo, o Cazaquistão fará parte pela primeira vez deste órgão, no qual espera fazer ouvir a voz das antigas repúblicas soviéticas da Ásia Central.

"Temos muito que oferecer ao mundo e achamos que é momento de atrair atenção às necessidades de desenvolvimento de nossa parte do mundo", disse aos jornalistas o ministro das Relações Exteriores do país, Erlan Idrissov.

A Bolívia voltará ao Conselho de Segurança pela primeira vez desde o biênio 1978-1979 e após ter sido membro não permanente também entre 1964 e 1965.

O país sul-americano, que pelas mãos de Evo Morales foi muito crítico em relação ao Conselho nos últimos anos por suas carências democráticas, manterá esse mesmo espírito dentro do órgão, afirmou hoje seu embaixador na ONU, Sachar Llorenti.

Entre as prioridades bolivianas para os próximos dois anos, Llorenti destacou a questão palestina e o processo de paz na Colômbia, assim como a defesa dos princípios da carta das Nações Unidas.

O Conselho de Segurança tem 15 membros, dez deles não-permanentes com mandatos de dois anos e cinco fixos e com direito de veto: Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido.

Junto com os novos membros, ao longo de 2017 ficarão no Conselho Egito, Japão, Senegal, Ucrânia e Uruguai, escolhidos no ano passado. EFE

mvs/id

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