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Pesquisadores desenvolvem aparelho para radiografar dentro de vulcões

Juan Cevallos/AFP
Imagem: Juan Cevallos/AFP

Em Tóquio

05/07/2016 04h00

Pesquisadores japoneses e húngaros desenvolveram um aparelho portátil para radiografar o interior dos vulcões por meio de partículas subatômicas e que poderia ajudar a prever sua atividade, explicou nesta terça-feira à Agência Efe, Hiroyuki Tanaka, responsável do projeto.

Esta tecnologia, baseada na detecção dos muones (partículas elementares com carga elétrica) e destinada a refletir as estruturas internas de objetos opacos, se empregou já no campo da arqueologia ou para analisar o interior dos reatores da acidentada usina nuclear de Fukushima.

O novo instrumento concebido por cientistas da Universidade de Tóquio e da Academia Húngara das Ciências "é muito menor, mais leve e barato que os outros dispositivos disponíveis", afirmou Tanaka.

Estas características permitem sua utilização em estudos de campo de vulcanologia e sismologia, assim como para analisar as condições internas de edifícios e outras estruturas arquitetônicas, entre outras possíveis aplicações comerciais, segundo seus criadores.

O protótipo no qual trabalham os cientistas tem um peso de 10kg e caberia dentro de uma bolsa, enquanto as equipes disponíveis na atualidade superam o peso de uma tonelada alcançam o valor de 100 milhões de ienes (cerca de US$ 973 mil).

Os cientistas provaram várias versões do aparelho equipado com um filme sensível aos muones e com um detector de partículas emissoras de luz, que permitiram recolher pela primeira vez instantâneas similares a uma radiografia do interior de um vulcão e inclusive um vídeo do mesmo, afirmou Tanaka.

Para reduzir o tamanho e a complexidade técnica do aparelho, os cientistas substituíram os tubos sensíveis à luz usados nas equipes de detecção de muones de segunda geração por detectores de gases, o que também aumenta a resolução das imagens captadas.

A equipe pretende comercializá-lo "nos próximos anos" por menos de 10% dos sistemas atuais, o que facilitaria seu uso em outros campos como a análise de geleiras ou a exploração mineral, afirmou o cientista.