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Eduardo Cunha renuncia à presidência da Câmara

07/07/2016 14h10

Brasília, 7 jul (EFE).- O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está afastado de suas funções por suspeitas de corrupção, anunciou nesta quinta-feira sua renúncia à presidência da Câmara, mas não ao mandato.

"Somente minha renúncia pode ajudar a estabilizar a Câmara", declarou Cunha em entrevista coletiva, com a voz trêmula e sem esconder as lágrimas.

O deputado é réu em duas ações no Supremo Tribunal Federal (STF) e pode se tornar em mais uma, já que uma terceira denúncia será analisada. Além disso, Cunha é alvo um processo disciplinar no Conselho de Ética da Câmara.

Em dezembro do ano passado, ainda como presidente da Câmara, Cunha aceitou as acusações que derivaram na abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que foi afastada de suas funções no dia 12 de maio.

Cunha citou o assunto e afirmou que, desde que deu início ao trâmite para instaurar o processo de impeachment contra Dilma, foi alvo de uma "perseguição". Pelo mesmo motivo, alegou o deputado, o STF teria decidido suspender seu mandato enquanto o julga.

"Tenho a consciência tranquila, pois contribuí para que o país esteja melhor e para livrá-lo de um governo criminoso, que afundou a sociedade brasileira no caos", disse Cunha em relação à administração da presidente afastada.

"Livramos o Brasil de um governo que cometeu crimes de responsabilidade e que era inoperante. Tenho orgulho disso", completou o agora ex-presidente da Câmara dos Deputados.

Cunha reiterou sua confiança na Justiça, reiterou que provará sua inocência e que não teve participação no escândalo de corrupção da Petrobras, que configura a base das acusações contra ele.

A renúncia obrigará que a Câmara dos Deputados convoque novas eleições para o cargo. Waldir Maranhão, primeiro-vice-presidente da casa e rejeitado pela grande maioria dos parlamentares, comanda o órgão desde o afastamento de Cunha.

A falta de sintonia entre Maranhão e os demais membros da Câmara mantém os trabalhos legislativos quase paralisados, o que, segundo Cunha, poderá ser corrigido com sua renúncia e a escolha de uma nova liderança.

Cunha agradeceu ao PMDB e desejou sucesso ao governo do presidente interino, Michel Temer.