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Prefeito ameaçado pelo crime organizado é assassinado no México

24/07/2016 20h14

Cidade do México, 24 jul (EFE).- Ambrosio Soto, prefeito do município de Pungarabato, no estado mexicano de Guerrero, foi assassinado por homens armados na cidade de Michoacán, após ter denunciado diversas ameaças recebidas do crime organizado, informaram fontes oficiais neste domingo.

"Ontem (sábado) foi assassinado nosso companheiro Ambrosio Soto, presidente municipal de Pungabarato, Guerrero, assediado pelo crime organizado", disse o senador do esquerdista Partido da Revolução Democrática (PRD), Miguel Barbosa, pelo Twitter.

O crime aconteceu na noite de sábado em San Lucas, no estado de Michoacán, quando Soto viajava rumo a Ciudad Altamirano (Guerrero) em seu veículo e escoltado por vários policiais federais.

Um grupo de homens armados atacou a tiros o comboio. Os disparos também mataram o motorista e deixaram quatro agentes de segurança feridos, segundo a imprensa local.

No dia 5 de julho, um parente do prefeito, que também trabalhava como seu motorista, foi executado e encontrado morto em um aterro sanitário com marcas de tortura e bala.

Segundo explicou Barbosa em vídeo, Ambrosio Soto pediu ajuda há um ano para que seu município e ele recebessem "cuidado, custódia e segurança".

"Ele tinha sido ameaçado pelo crime organizado por não admitir o pagamento do direito de moradia, por impedir que se comercializasse carne roubada. Era contra o crime organizado e não se deixou amedrontar", destacou o senador.

Barbosa denunciou que, apesar dos diversos pedidos de proteção, a Secretaria de Governo não atendeu às solicitações. Posteriormente, o governador de Guerrero, Héctor Astudillo, informou pelo Twitter que Soto dispunha de segurança:

"O pedido de Soto foi atendido, tanto sua família como ele contavam com a proteção de forças federais e estaduais", disse em mensagem.

Para o procurador-geral de Guerrero, Xavier Olea, Soto tomou a decisão arriscada de "retornar fora de hora", à noite, desta cidade de Michoacán até Ciudad Altamirano, apesar de estar ameaçado, o que pode ter ocasionado o incidente.

"Em Guerrero, o Estado mexicano está ultrapassado. Guerrero é a entidade federativa fracassada", classificou o político, que exigiu das autoridades "a investigação e localização dos responsáveis" pelo crime.