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Autor do massacre de Munique e amigo se conheceram em clínica psiquiátrica

25/07/2016 08h30

Berlim, 25 jul (EFE).- O autor do ataque de Munique, no qual morreram na sexta-feira 9 pessoas, e um amigo detido sob a suspeita de que conhecia os planos, se conheceram em um hospital psiquiátrico onde os dois jovens estavam em tratamento.

Assim informou nesta segunda-feira o promotor Thomas Steingraus-Koch em entrevista coletiva na qual deu novas informações da investigação, junto com a polícia de Munique e o Escritório Regional do Criminoso (LKA) bávaro.

A promotoria reiterou que, apesar da detenção do amigo do assassino, a tese de que o autor dos disparos atuou sozinho se mantém e não há indícios de que ninguém mais tenha participado do massacre.

O autor do massacre, o alemão-iraniano Ali David Sonboly de 18 anos, e o jovem detido -um afegão de 16 anos- se mantiveram em contato após deixarem a clínica da psiquiatria, pois compartilhavam gosto comum pelos jogos de internet violentos.

Além disso, segundo detectaram as autoridades, trocavam fantasias sobre atos violentos.

Após o massacre, o afegão se apresentou perante a Polícia e, segundo disse Steingraus-Koch, no primeiro interrogatório ficou a sensação de que "não contou tudo o que sabia".

Depois descobriu-se que tinha tido contato com Sonboly pouco antes do início do massacre, através de um chat que posteriormente apagou, mas que pôde ser reconstruído pela polícia.

Esse foi o ponto de partida que permitiu chegar à conclusão de que o afegão se encontrou com Sonboly perto do local pouco antes que do início do massacre.

Além disso, a reconstrução da comunicação entre os dois permite saber que o amigo sabia do interesse de Sonboly pelo assassino ultradireitista norueguês Anders Breivik e que estava em posse de uma arma.

Nas comunicações entre os dois também se fala da possibilidade de abrir contas de Facebook sob nome falso, o que mais tarde fez Sonboly para atrair jovens ao local onde perpetrou o massacre.

O afegão será posto hoje à disposição do juiz de instrução acusado de não denunciar o planejamento de um crime.