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Michael Jordan rompe silêncio político e critica aumento da violência nos EUA

26/07/2016 00h17

Washington, 25 jul (EFE).- O melhor jogador de basquete da história, Michael Jordan, rompeu nesta segunda-feira o silêncio que o acompanhou durante sua vitoriosa carreira em assuntos sociais e políticos para criticar o espiral de violência em que está mergulhado seu país após as mortes de cidadãos negros e policiais.

"Devemos encontrar soluções para garantir que as pessoas de cor recebam um tratamento justo e que os policiais - que põem suas vidas em risco todos os dias para nos proteger - sejam apoiados e respeitados", disse Jordan, seis vezes campeão da NBA atuando pelo Chicago Bulls, em comunicado.

"Como um americano, um pai que perdeu o pai em um ato de violência sem sentido, e um homem negro, estou profundamente preocupado com as mortes de afro-americanos pelas mãos de policiais uniformizados e com raiva pela covardia e ódio para matar policiais", afirmou o atual proprietário dos Charlotte Hornets.

Aos 53 anos, Jordan, ao contrário de muitos outros atletas, poucas vezes assumiu uma posição em assuntos sociais e políticos. Ele intitulou seu comunicado de: "Eu não posso manter o meu silêncio".

O comunicado chega depois do assassinato de cinco policiais em Dallas (Texas) e outros três em Baton Rouge (Louisiana) que sucederam à morte de vários negros pelas mãos dos agentes de segurança.

"Eu sei que este país é melhor que tudo isto", disse Jordan.

Junto ao comunicado, Jordan doou US$ 1 milhão para a Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor e outro US$ 1 milhão ao Instituto para Relações entre Comunidade e Polícia, da Associação Internacional de Chefes de Polícia.

"Embora eu esteja consciente de que essas contribuições não são suficientes para resolver o problema, espero que ajudem ambas organizações a alcançar mudanças positivos", apontou Jordan.

Dias atrás, LeBron James, Chris Paul, Dwyane Wade e Carmelo Anthony, algumas das estrelas em atividade na NBA, pediram soluções para alguns problemas que castigam ao país como as armas, o racismo ou a violência policial e encorajaram outros atletas a fazer o mesmo.

Enquanto isso, jogadoras de várias equipes da WNBA, a liga de basquete feminina, utilizaram durante seus treinamentos camisetas com as mensagens "Black Live Matters" (As vidas dos negros importam) e "Dallas 5", em referência aos policiais mortos no Texas.