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Autor de ataque em Munique admirava Hitler e se sentia "ariano", diz jornal

27/07/2016 11h46

Berlim, 27 jul (EFE).- O autor do ataque em Munique, que matou nove pessoas antes de se suicidar, sentia orgulho de ter nascido no mesmo dia que Adolf Hitler e se dizia ariano por sua condição de alemão e iraniano, segundo informa a edição digital do jornal "Frankfurter Allgemeine Zeitung".

De acordo com esse meio, que faz referência a fontes das forças de segurança, Ali David Sonboly, de 18 anos, tinha o propósito de matar o maior número de pessoas que conseguisse - restaram cerca de 300 balas quando se suicidou- e elegeu a sexta-feira para seu ataque por ser o quinto aniversário do massacre do islamofóbico norueguês Anders Behring Breivik.

Sonboly não militava nas fileiras ultradireitistas e nem frequentava os ambientes neonazistas de Munique, mas, segundo o jornal, dirigia seu ódio aos turcos e árabes, daí os gritos de "turcos de merda", ouvidos em um dos vídeos gravados durante um dia quando desde um terraço entrou em uma discussão com um vizinho do centro comercial onde abriu fogo.

As nove pessoas que morreram no tiroteio tinham raízes estrangeiras, várias de origem turca e kosovar, de idades compreendidas entre 14 e 20 anos, salvo uma mulher de 45.

Filho de imigrantes iranianos, Sonboly nasceu em Munique em 20 de abril de 1998 -Hitler nasceu nesse mesmo dia em 1889- e se via como "alemão" e "ariano", já que o Irã é considerado o berço da raça ária.

O ultradireitista norueguês Breivik, autor do duplo atentado cometido em Oslo e na ilha Utoeya em 22 de julho de 2011 com 77 vítimas, era seu modelo, de acordo com esse meio.

Este paralelismo já foi apontado nas primeiras investigações policiais após o massacre, já que foram achados em seu quarto textos do terrorista norueguês, além de documentos sobre outros massacres e banhos de sangue perpetrados em escolas alemãs.

Até o momento, as forças de segurança tinham descartado um cenário islamita ou terrorista e dito que não havia indícios de que o jovem havia eleito suas vítimas pela nacionalidade.