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Ministro das Finanças do Vaticano rejeita acusação de pedofilia

28/07/2016 00h38

Sydney (Austrália), 28 jul (EFE).- O ministro das Finanças do Vaticano, George Pell, rejeitou as acusações de pedofilia, depois que um canal de televisão divulgou que a polícia da Austrália investiga o cardeal por supostos abusos sexuais de menores, informam nesta quinta-feira veículos de imprensa local.

Os supostos crimes atribuídos ao religioso que estão sob investigação foram cometidos entre as décadas de 1970 e 1990 nas cidades do sul de Ballarat, Torquay e Melbourne, de acordo com declarações das vítimas ao programa "7:30", da "ABC", que também apontam que as autoridades estudam os casos há mais de um ano.

Em em comunicado, Pell atacou a "ABC" por "uma campanha de difamação escandalosa" e reivindicou a atuação da polícia do Estado de Victoria, onde se encontram as três cidades mencionadas.

Por sua vez, o comissário chefe da polícia de Victoria, Grahan Ashton, disse hoje que sua instituição não forneceu qualquer material para a "ABC" e "claramente a fonte da informação vem das vítimas".

As acusações divulgadas pela "ABC" incluem os testemunhos de dois homens, que têm atualmente mais de 40 anos, que asseguram que George Pell os tocou de forma inadequada na cidade de Ballarat, no verão de 1978-79, enquanto jogavam em uma piscina.

O empresário Les Tyack, que testemunhou no ano passado em uma comissão governamental que investiga abusos sexuais contra crianças por parte do clero, afirmou que viu Pell nu diante de três menores entre 8 e 19 anos nos vestiários de um clube de natação em Torquay, durante o verão de 1986-87.

A "ABC" também informou de duas crianças membros de um coral pediram a seus pais para deixar que abandonassem suas práticas de canto depois que supostamente foram vítimas de abuso sexual na década de 1990, quando Pell dirigiu uma iniciativa da Igreja Católica para lidar com casos de pedofilia na instituição.

Esta não é a primeira vez que Pell foi acusado de abusos sexuais já que em 2002, na época em que era arcebispo de Sydney, um homem afirmou ter sido abusado sexualmente aos 12 anos quando o religioso estava se formando para virar sacerdote no ano de 1961.

As investigações exoneraram Pell, que no mês de fevereiro deu seu testemunho por videoconferência para uma comissão do governo australiano que investiga os abusos sexuais contra menores no seio das organizações e instituições públicas, religiosas e sociais.

Então, Pell reconheceu que foram encobertos casos de pedofilia no seio da Igreja Católica australiana e admitiu que deveria ter tomado alguma providência diante dos fatos.

"O cardeal não queria causar nenhum tipo de estresse para as vítimas de abuso. No entanto, as acusações que ele abusou sexualmente de alguém, em algum lugar, e em qualquer momento de sua vida são totalmente falsas e completamente incorretas", segundo um comunicado do escritório de Pell no Vaticano.