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Paraguai diz que presidência do Mercosul está "vaga" e rejeita Venezuela

Em junho, Temer e Serra receberam Loizaga (3º da esquerda para a direita) em Brasília - Beto Barata - 8.jun.2016/Presidência da República
Em junho, Temer e Serra receberam Loizaga (3º da esquerda para a direita) em Brasília Imagem: Beto Barata - 8.jun.2016/Presidência da República

De Assunção

29/07/2016 21h06

O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Eladio Loizaga, disse nesta sexta-feira (29) que a presidência do Mercosul está "vaga", agora que o Uruguai confirmou aos membros do bloco o fim de seu mandato em nota diplomática, e reiterou a recusa do país em aceitar a passagem do posto à Venezuela.

"Quero também deixar em claro que não há transição da presidência a quem deveria assumir, que seria a Venezuela", declarou Loizaga aos jornalistas na sede da Chancelaria do país.

O Paraguai se opõe à presidência da Venezuela e defende que o posto deve estar nas mãos de um país que respeite os direitos humanos.


Loizaga considera que a presidência do Mercosul não é transmitida de forma automática e insistiu que é necessário um consenso para que outro membro do bloco assuma esse mandato.

O chanceler disse que o Paraguai "não vai acompanhar nenhum quórum" que procure estabelecer um consenso favorável aos venezuelanos. Ele ressaltou que o Brasil partilha de sua posição, após uma conversa com o ministro das Relações Exteriores, José Serra.

"Eles (Brasil) também não aceitam a passagem da presidência à Venezuela", informou o paraguaio.

Além disso, o chanceler lembrou o ocorrido em 2013, quando a Argentina ignorou o rodízio ao não assumir o posto e deixou a Venezuela à frente do Mercosul durante um ano, apesar de o mandato ser de apenas seis meses.

Loizaga explicou que o próximo passo é iniciar contatos entre os membros para decidir como "enfrentar esta situação" e pontuou que existe um conselho permanente do Mercosul em Montevidéu que "terá sua parte no trabalho de continuidade dos processos e projetos" da entidade.

O Uruguai comunicou o cancelamento da reunião do Conselho do Mercado Comum - o principal órgão de decisão do Mercosul - que estava prevista para este sábado e na qual se ia a buscar um consenso em relação à passagem do mandato do bloco à Venezuela.

Esse cancelamento foi causado pelo posicionamento de Brasil e Paraguai, que comunicaram ao Uruguai que não compareceriam à reunião por não concordarem com uma possível presidência da Venezuela no bloco.