Topo

Trump afirma que quer tornar seu partido o "lar do voto afro-americano"

27/08/2016 20h15

Washington, 27 ago (EFE).- O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a apelar neste sábado aos eleitores negros e disse que nada significará tanto para ele como que seu partido se torne "o lar do voto afro-americano".

"Nada significa mais para mim que trabalhar para fazer de nosso partido o lar do voto afro-americano de novo", declarou Trump hoje em um comício para uma audiência majoritariamente branca em Des Moines (Iowa).

"Em tantas comunidades sob o controle democrata temos más escolas, não há trabalho, alta criminalidade e não há esperança. Não pode ser pior. Aos que sofrem lhes digo: votem em Donald Trump e eu consertarei. O que vocês têm a perder?", propôs em um tom mais comedido que o habitual e consultando um teleprompter.

"Falei muito nos últimos dias sobre as deploráveis condições de nossos bairros de minorias. Como pai, como construtor, como americano, ofende meu senso do que é correto e incorreto ver alguém viver em tais condições", comentou o magnata.

Trump citou como exemplo dessas condições em que vivem as pessoas de raça negra o assassinato a tiros nesta sexta-feira da prima da estrela da NBA, Dwayne Wade, enquanto passeava com seu bebê na cidade de Chicago.

"Isto não deveria ocorrer nos Estados Unidos. Nossos pensamentos e orações estão com a família e prometemos lutar por um melhor amanhã", destacou.

Com este comentário, o magnata tentou acalmar os ânimos após as críticas que despertou hoje no Twitter uma mensagem sua que muitos usuários consideraram "insensível" e também uma exploração política de uma tragédia.

"A prima de Dwayne Wade foi atingida enquanto passeava com seu bebê em Chicago. Exatamente o que estive dizendo. Os afro-americanos votarão em Trump!", escreveu hoje o magnata nova-iorquino em sua ativa conta no Twitter.

Trump considera que este fato lhe dá razão na descrição que fez nos últimos dias sobre como vivem os negros nos Estados Unidos: "Pobreza. Rejeição. Uma educação horrível. Sem casas, sem posses. Níveis de criminalidade que ninguém viu", disse esta semana em outro comício.

"Vocês podem ir a zonas de guerra em países nos quais estamos lutando e é mais seguro que os bairros de minorias administrados pelos democratas", completou.

Com este argumento, Trump estimulou aos negros, entre os quais tem menos de 10% dos apoios nas pesquisas, e aos latinos, outro eleitorado que resiste a seu nome, para que votem nele porque "o que diabos têm a perder?".

A campanha da candidata democrata, Hillary Clinton, reagiu em seguida com um vídeo no qual respondia a essa pergunta: "Tudo".