Fonte do WikiLeaks deve ganhar operação de mudança de sexo após greve de fome
A informante do WikiLeaks Chelsea Manning concluiu uma greve de fome de cinco dias na prisão militar onde cumpre uma pena de 35 anos depois que o Exército dos Estados Unidos se comprometeu a facilitar uma operação de mudança de sexo.
"Estou infinitamente aliviada porque o Exército está finalmente fazendo o correto. Aplaudo eles por isso. Isto é tudo o que queria, que me deixem ser eu", disse Manning em comunicado divulgado no site que pede a liberdade da informante.
Manning, que começou a greve de fome na sexta-feira, mostrou sua satisfação depois que funcionários do governo anunciaram que ela vai ser submetida a uma operação de transformação de gênero, em conforme com as políticas que afetam os novos membros do serviço transexuais do Departamento de Defesa.
"Mas é difícil não se perguntar por que demorou tanto tempo. Também, por que eram necessárias medidas tão drásticas? A cirurgia foi recomendada em abril de 2016(...). Em qualquer caso, espero que isto seja um precedente para os milhares de pessoas trans que esperam o tratamento que necessitam", acrescentou.
Se for operada, a informante do WikiLeaks será o primeiro preso transgênero nos EUA a receber este tratamento medicamente recomendado, estabelecendo um precedente que poderia beneficiar milhares de prisioneiros, segundo o site.
Manning, de 28 anos, nasceu homem (Bradley) mas revelou que se identifica com o gênero feminino após a condenação em 2013 pela filtragem de documentos secretos americanos aos WikiLeaks três anos antes.
Há dois meses, em julho, a ex-soldado Manning foi internada em um centro hospitalar após uma tentativa de suicídio que seus advogados vincularam à falta de tratamento.
"Necessito de ajuda. Necessitava de ajuda no começo deste ano. Me levaram ao suicídio pela falta de cuidado que desesperadamente necessitei por conta do meu gênero", disse Manning em comunicado ao anunciar o início de sua greve de fome.
Manning, analista de segurança do Exército no Iraque, filtrou centenas de milhares de cabos diplomatas, documentos sobre a prisão de Guantánamo ( Cuba ) e das guerras do Iraque e Afeganistão, publicados integralmente pelo WikiLeaks.
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