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Colômbia entrega acordo de paz com as Farc ao Conselho de Segurança da ONU

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, discursa na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York - Carlo Allegri/Reuters
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, discursa na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York Imagem: Carlo Allegri/Reuters

Na ONU

21/09/2016 11h43

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, entregou nesta quarta-feira (21) ao Conselho de Segurança da ONU o recente acordo de paz firmado entre o governo do país e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Santos entregou o documento à presidência do Conselho de Segurança, na presença do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que confirmou que estará na próxima segunda-feira em Cartagena de Indias para a assinatura final do pacto de paz entre as partes.

"Aqui está o resultado deste trabalho no qual todos ajudaram e que é uma contribuição para a paz do mundo", disse Santos na cerimônia, realizada antes de uma sessão do Conselho de Segurança para analisar a situação da crise no Oriente Médio.

Em sua mensagem ao Conselho de Segurança, utilizando um dos locais da mesa circular usada pelos países convidados nas sessões do principal órgão decisório da ONU, Santos destacou a importância do acordo com os guerrilheiros das Farc.

"É o resultado de quase 6 anos (dois em segredo e 4 anos de negociação aberta) para acabar com o último conflito armado do hemisfério ocidental. Se tratou de uma guerra que durou 52 anos e que gerou todo tipo de sofrimento e dor para meu país", disse.

O presidente também destacou que no documento o governo e as Farc, pela primeira vez, colocaram as vítimas no ponto central da solução do conflito. "Seu direito à verdade, à justiça, à reparação e à não repetição", comentou Santos.

Em mensagem anterior, o secretário-geral da ONU elogiou a "visão, coragem e liderança" de Santos na negociação. "Essa grande conquista é o trabalho dos colombianos, de todas as partes, de muitas organizações e de indivíduos que contribuíram para o acordo", disse.

Ban também parabenizou os papéis exercidos por Cuba e Noruega, fiadores do acordo, e por Chile e Venezuela, que também auxiliaram nas negociações que culminaram no pacto de paz com as Farc.

"Foram confiadas grandes responsabilidades à ONU, em particular o monitoramento e a verificação do cessar-fogo, além do abandono de armas", acrescentou o diplomata sul-coreano.

Em princípio, a ONU está montando uma missão integrada por 200 observadores e civis, que serão distribuídos nas regiões colombianas onde serão realizadas a verificação do acordo. "Esses números cresceram rapidamente na medida em que as fases seguintes do processo de paz sejam cumpridas", explicou Ban.