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EUA acusam Venezuela de ignorar voz do povo ao atrasar reverendo revogatório

22/09/2016 22h18

Nova York, 22 set (EFE).- Os Estados Unidos afirmaram nesta quinta-feira que o anúncio que o referendo revogatório do mandato do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, não acontecerá este ano impede que o povo decida sobre o futuro de seu país, e pediram que o governo escute "todas as vozes" de seus cidadãos.

"Os Estados Unidos estão preocupado pelo anúncio de ontem do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela de que seu processo de reverendo revogatório não poderá ser completado até 2017", disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, John Kirby, em comunicado emitido em Nova York.

"Esta decisão, somada às contínuas restrições aos veículos de comunicação e outras ações para debilitar a autoridade da Assembleia Nacional, priva os cidadãos venezuelanos da oportunidade de dar forma ao rumo de seu país", acrescentou.

Segundo o porta-voz, há "um pacote de ações que reforçam as preocupações" dos EUA "sobre a imparcialidade do processo" do CNE para tramitar a solicitação da oposição venezuelana para um referendo revogatório.

Nesse "pacote", os EUA incluem "os atrasos não explicados do CNE para anunciar as datas da nova fase do processo, suas decisões de estabelecer um número muito limitado de situações para a coleta de assinaturas de 26 a 28 de outubro, a distribuição dessas situações de maneira partidária e a imposição de um requisito irregular que varia estado por estado para essas assinaturas".

"Pedimos ao Executivo venezuelano que entabule um diálogo sério tanto com a oposição como com venezuelanos de todo o espectro político. É hora de escutar todas as vozes venezuelanas e trabalhar juntos para encontrar soluções", concluiu Kirby.

Por sua parte, a oposição venezuelana insistiu que o referendo revogatório deveria acontecer antes de 10 de janeiro de 2017, quando se inicia o quarto ano do mandato de Maduro, porque, caso contrário, se este perder a consulta, não se convocariam novas eleições, mas seu vice-presidente o substituiria.

Depois que o CNE projetou nesta quarta-feira que o referendo não poderá acontecer até o primeiro trimestre de 2017, o chavismo afirmou hoje que é "completamente impossível" que a consulta ocorra no ano que vem, o que trava ainda mais o processo.