Topo

Esposa de ex-preso de Guantánamo no Uruguai foi internada na Turquia

23/09/2016 19h04

Montevidéu, 23 set (EFE).- A esposa de Jihad Diyab, um ex-preso de Guantánamo sírio que foi amparado no Uruguai e faz greve de fome para que as autoridades o permitam se encontrar com os parentes em outro país, foi internada em Istambul por problemas cardíacos, informou à Agência Efe o ativista Andrés Conteris.

De acordo com Conteris, a esposa de Diyab sofre há muito tempo por causa da situação do marido com picos de estresse e pressão.

"Ela sofreu a guerra, perdeu o filho mais velho em 2012 e esses dias teve muito estresse e trauma pela situação do marido. O fato de ele (Diyab) ter entrado em coma gerou uma preocupação muito mais forte", afirmou o ativista.

A mulher se encontra internada há três dias e esta situação "aguça a situação". Além disso, Conteris disse que Diyab mantém contato com uma das filhas, e que foi por intermédio dela que soube a situação da esposa.

O refugiado exige que uma solução seja encontrada antes da próxima segunda-feira. Caso nada ocorra, deixará de tomar líquidos novamente. Conteris expressou que, apesar de Diyab estar melhor de saúde por ter abandonado a greve de sede, a cada dia se debilita mais.

Esta noite, um grupo de pessoas próximos ao sírio realizará uma vigília nas portas da Chancelaria para cobrar ações do governo uruguaio.

O refugiado deixou o Uruguai em junho, e no fim do mês seguinte se apresentou no consulado uruguaio em Caracas, onde pediu apoio a suas reivindicações, mas na saída da sede diplomática foi detido por autoridades da Venezuela e deportado ao Uruguai semanas depois.

Em seu caminho à Venezuela, Diyab passou pelo Brasil, quando causou o alerta das autoridades, que temiam a realização de um atentado durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Junto com outros três sírios, um tunisiano e um palestino, Diyab foi recebido no Uruguai em dezembro de 2014 como parte do compromisso do então presidente do país, José Mujica, de colaborar com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no plano de fechamento da penitenciária de Guantánamo.