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Paquistão afirma que 2 soldados morreram em consequência de ataques da Índia

29/09/2016 07h09

Islamabad, 29 set (EFE).- O governo do Paquistão acusou a Índia de matar dois soldados paquistaneses em ataques realizados durante a madrugada desta quinta-feira, na Linha de Controle (LoC), que serve de fronteira de fato com a Índia, embora tenha recusado se tratar de uma operação "cirúrgica" como anunciou Nova Délhi.

O Escritório de Informação do Exército do Paquistão (ISPR) confirmou em comunicado a morte dos soldados na "troca de tiros" com as tropas indianas.

"As tropas paquistanesas responderam de maneira adequada ao ataque injustificado indiano", afirmou a fonte, observando que os ataques começaram por volta das 2h30 (hora local) e continuaram por mais 5h30 em quatro setores da LoC.

O Exército indiano confirmou hoje o lançamento de "ataques cirúrgicos" sobre a LoC para impedir supostamente a entrada de grupos terroristas em território indiano.

Em outro comunicado posterior, o ISPR negou que as operações da Índia respondem ao conceito de ataque "cirúrgico", afirmando que se tratou de uma "troca de tiros" na linha, que "é um fenômeno existente".

"A noção de ataque cirúrgico vinculado com supostos terroristas é uma ilusão deliberadamente gerada pela Índia para criar falsos efeitos" e para "criar publicidade midiática", indicou.

"O Paquistão deixou claro que, se houvesse um ataque cirúrgico em solo paquistanês, seria respondido de maneira contundente", disse o ISPR.

Em outro comunicado, o primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, "condenou a brutal e não provocada agressão das Forças Indianas".

"Nossa intenção de paz com nosso vizinho não deve se confundida com fraqueza, já que nossas valentes forças são plenamente capazes de defender a integridade territorial de nosso país e podem frustrar qualquer tentativa de minar a soberania do Paquistão", completou Sharif no comunicado.

As operações ocorrem apenas 11 dias depois que um grupo de quatro insurgentes, supostamente provenientes do Paquistão, se infiltraram e realizaram um ataque suicida na base de Uri, uma instalação militar de infantaria perto da LoC, causando a morte de 18 soldados.

A Índia responsabilizou diretamente o Paquistão pelo ataque e o ministro do Interior indiano, Rajnath Singh, acusou inclusive Islamabad pelo ataque dizendo que o país vizinho era um "estado terrorista".

Essa situação resultou em uma nova escalada de tensão entre os dois países, que até agora só tinham elevado o tom no âmbito diplomático.