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Pobreza extrema no mundo continua diminuindo, segundo BM

02/10/2016 22h12

Washington, 2 out (EFE).- O número de pessoas que vivem em condições de pobreza extrema no mundo diminuiu, apesar da crise econômica global, embora os altos níveis de desigualdade poderiam não permitir acabar com ela antes de 2030, segundo um relatório publicado neste domingo pelo Banco Mundial (BM).

O relatório, intitulado "Pobreza e Prosperidade Compartilhada" e que analisa dados até 2013, indica que nesse ano 800 milhões de pessoas subsistiram com menos de US$ 1,90 por dia, 100 milhões menos que em 2012.

A forte redução da pobreza extrema aconteceu apesar dos golpes da crise econômica mundial, especialmente por causa da melhora em China, Indonésia e Índia.

A África Subsaariana, onde está metade daqueles que vivem em condições de pobreza extrema, continua sendo a região mais afetada, seguida da Ásia meridional, com um terço de todos os habitantes do planeta em condições de pobreza extrema.

Segundo os números do Banco Mundial, para 2013 50,7% dos pobres viviam nos países da África Subsaariana, 33,4% nos do Sul da Ásia, 9,3% nos do Leste da Ásia e no Pacífico, 4,4% na América Latina e no Caribe, e 1,4% nos da Europa do leste e Ásia Central.

"É extraordinário que os países tenham seguido continuado reduzindo a pobreza e impulsionando a prosperidade compartilhada em uma época na qual o desempenho da economia mundial é deficiente", explicou em declaração o presidente do BM, Jim Yong Kim, que, no entanto, lembrou que ainda muitos vivem com recursos mínimos.

Apesar dos avanços, o BM lembra que serão necessárias medidas para reduzir a desigualdade se se quiser cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, que contemplam o fim da pobreza até 2030.

O relatório pede para não cair "em um excesso de confiança" devido a que em 34 dos 86 países analisados a renda dos 60% mais ricos aumentou mais rápido que a dos 40% mais pobres, o que implica mais desigualdade.

Além disso, em 23 países a renda de 40% da população mais pobre diminuiu em termos absolutos.

O estudo destaca os exemplos de redução da pobreza no Brasil, Peru, Mali, Camboja e Tanzânia.

Os países mais afetados pela redução de renda dos 40% mais pobres entre 2008 e 2013 estão na Europa do Leste ou são membros da União Europeia (UE), como Grécia, República da Irlanda, Itália, Luxemburgo, Portugal, Espanha e Dinamarca.

Com a ressalva de Honduras, a situação na América Latina melhorou, de modo similar à África Subsaariana e Ásia.

América Latina e Caribe, uma região de "elevada desigualdade", alcançou desde 2003 "um progresso sustentado considerável" em sua redução, assegura a organização multilateral, que lembra, no entanto, que estas melhoras aconteceram "após um aumento prolongado" desse problema durante as décadas de 1980 e 1990.

"Portanto, o progresso a longo prazo na redução da desigualdade na América Latina foi limitado, e de fato, a recente tendência de baixa parece ter sido freada", acrescenta.

O BM recomenda investir em desenvolvimento da infância, cobertura sanitária, educação, programas de microfinanças e de melhora das infraestruturas rurais.