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Texas executa homem que assassinou vizinhos em 2003 e abriu mão de recursos

Em Washington

05/10/2016 23h42

O Estado do Texas (EUA) executou nesta quarta-feira (5) Barney Fuller, um detento de 58 anos que decidiu retirar os recursos contra sua condenação à morte - imposta por assassinar seus vizinhos em 2003 - com o objetivo de acelerar o cumprimento da pena.

Fuller foi declarado morto às 19h01 (hora local; 21h01 de Brasília) após receber uma injeção letal na penitenciária de Huntsville, de acordo com uma notificação do Departamento de Justiça Criminal do Texas.

Suas últimas palavras foram: "Não tenho nada para dizer. Pode proceder".

Fuller, que nasceu em Ohio, vivia em uma zona rural de Lovelady, no leste do Texas, e tinha o hábito de fazer disparos com armas de fogo dentro de sua propriedade, algo que levou a desavenças com seus vizinhos, os Copeland, depois que uma das balas atingiu o gerador de energia elétrica da família.

O problema se agravou depois que Fuller, por telefone, ameaçou Annette Copeland de morte.

Os Copeland entraram com um processo contra Fuller, que foi acusado de ameaças terroristas e notificado das acusações em 13 de maio de 2003.

No dia seguinte, de madrugada, Fuller foi à casa de seus vizinhos, disparou uma rajada de 60 balas e, em seguida, assassinou Nathan Copeland com um tiro na cabeça, e Annette Copeland enquanto ela ligava para o número de emergências 911.

Os dois filhos dos Copeland, um adolescente de 14 anos e uma menina de 10, presenciaram toda a cena. O menor, além disso, foi ferido por um dos tiros, mas sobreviveu.

Fuller ligou para o 911 de manhã para confessar os crimes, e quando a polícia chegou para detê-lo ele não ofereceu resistência.

Condenado à morte em 2004, no ano passado Fuller ordenou a seu advogado para que suspendesse qualquer tentativa de atrasar sua execução, um processo que em algumas ocasiões pode levar até três décadas entre recursos.

"Não quero continuar vivendo neste inferno", escreveu o réu em referência ao corredor da morte do Texas, que conta com 250 presos atualmente.

Durante uma audiência judicial recente, Fuller também se declarou "preparado" para receber a injeção letal.

"Qual é o sentido de condenar a alguém à morte se essa ordem não vai ser procedida?", perguntou então.

A de hoje foi a primeira execução do Texas (o estado que mais uso faz da pena de morte em todo o país) desde abril, quando ficou sem os químicos usados para as injeções letais.

Em 2016, quatro estados executaram 16 presos nos Estados Unidos. Texas e Geórgia, com sete e seis, respectivamente, lideram essa lista em um dos anos com menos execuções das últimas décadas.

Com o caso de Fuller, o Texas executou 538 presos do total de 1.438 que cumpriram a pena capital em todo o país desde que a Suprema Corte dos Estados Unidos a reinstaurou em 1976.