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Espanha pedirá explicação à Rússia sobre frota de navios no Mediterrâneo

25/10/2016 17h22

Paris, 25 out (EFE).- O ministro de Defesa interino da Espanha, Pedro Morenés, afirmou nesta terça-feira que o país pedirá explicações à Rússia sobre a frota de navios de guerra russos que atravessa o litoral espanhol para chegar ao Mediterrâneo Oriental.

"O governo, através das Relações Exteriores, está solicitando todos os esclarecimentos oportunos à Rússia sobre qual é o fim e o destino destes navios para atracar, e dependendo da função será tomada a decisão oportuna", disse Morenés em Paris após participar de uma reunião ministerial da coalizão contra o Estado Islâmico.

Morenés comentou que o governo espanhol "durante um tempo determinado veio autorizando visitas para abastecimento de navios russos em Ceuta" e afirmou que "neste particular caso houve uma autorização prévia", mas "os objetivos (da autorização) não podiam deixar de ser claros".

O ministro acrescentou que "haverá conversas com o governo russo sobre a participação ou não destas embarcações que solicitaram reabastecimento em Ceuta" na pequena frota que cruza da Noruega ao Mediterrâneo.

O representante espanhol acrescentou que, "enquanto isso, e como fizeram outros governos", a Espanha está escoltando essa frota "sabendo o tempo todo onde estão e o que fazem".

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, alertou nesta terça-feira em Bruxelas que esses navios militares poderiam ser utilizados para atacar civis na cidade síria de Aleppo.

Na Espanha, o Estado-Maior informou que patrulheiros das Forças Armadas fazem o acompanhamento dessa frota de navios de guerra russos durante a passagem por espaços marítimos de responsabilidade espanhola em direção à Síria.

A frota russa, que partiu do porto de Severomorsk e avançou pelos mares da Noruega e do Norte rumo ao canal da Mancha, já contornou a França e atravessa o litoral da Espanha a fim de chegar ao Mediterrâneo Oriental para seguir à Síria.

Dois agrupamentos navais permanentes da Otan SNMG-1 realizam o acompanhamento dos navios russos, dos quais alguns têm escala prevista em Ceuta, em seu trânsito do Atlântico ao Mediterrâneo.