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Obama condecora Springsteen, De Niro e Jordan em última grande homenagem

Tom Hanks - Xinhua/Christy Bowe/Globe Photos/ZUMAPRESS - Xinhua/Christy Bowe/Globe Photos/ZUMAPRESS
Tom Hanks também recebeu a honraria do presidente americano
Imagem: Xinhua/Christy Bowe/Globe Photos/ZUMAPRESS

Da Efe

22/11/2016 22h57

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, encheu a Casa Branca de estrelas nesta terça-feira para sua última cerimônia de entrega da Medalha da Liberdade, na qual homenageou os atores Robert de Niro, Robert Redford e Tom Hanks; o cantor Bruce Springsteen e a lenda do basquete Michael Jordan, entre outros.

Obama reuniu 21 pessoas para entregar a elas a maior honra que pode ser concedida a um civil nos EUA, e se tornou com esse último ato o presidente americano que mais entregou a Medalha da Liberdade, com pelo menos 114 homenagens.

A apresentadora Ellen DeGeneres chorou ao receber a Medalha da Liberdade - Manuel Balce Ceneta/AP - Manuel Balce Ceneta/AP
A apresentadora Ellen DeGeneres chorou ao receber a Medalha da Liberdade
Imagem: Manuel Balce Ceneta/AP

"Todo mundo neste palco conseguiu me comover pessoalmente de uma forma muito poderosa, de formas que provavelmente não podem ser imaginadas. Me ajudaram a ser quem sou", disse Obama ao concluir a cerimônia na Ala Leste da Casa Branca. 

Entre os homenageados estiveram também a cantora Diana Ross, os filantropos Bill e Melinda Gates, o arquiteto Frank Gehry, o ex-jogador de basquete Kareem Abdul-Jabbar, a atriz Cicely Tyson e o reitor do Miami Dade College (MDC), Eduardo Padrón.

"São americanos extraordinários que nos inspiraram, nos uniram e nos empurraram rumo ao progresso. São inovadores e artistas, servidores públicos, atletas ou conhecidos atores como o que apareceu em 'Space Jam'", brincou Obama em referência à aparição de Michael Jordan no filme de 1996.

Como outros presidentes americanos, Obama quis que seus ideias sobre o país se refletissem nos homenageados com a Medalha da Liberdade, e entregou esse prêmio a mais membros de minorias (44) e mais mulheres (41) que seus antecessores, segundo uma apuração do jornal "The Washington Post".

Alguns dos homenageados na Casa Branca também se mostraram críticos com o sucessor de Obama, o republicano Donald Trump, entre eles Springsteen, De Niro e Abdul-Jabbar.

Obama destacou as qualidades dos homenageados um por um: do jogador mais popular da história da NBA, disse que "há uma razão pela qual as pessoas utilizam a expressão 'você é o Michael Jordan de alguma coisa'", porque personifica "o que significa ser realmente bom em algo".

Sobre Abdul Jabbar, declarou que "quando um esporte muda as regras só para te dificultar, é que porque você é realmente bom", em alusão à proibição das enterradas no basquete universitário em 1967, e destacou que o histórico pivô do Los Angeles Lakers defendeu "a fé muçulmana quando não era fácil nem popular".

Com Springsteen, o líder americano se estendeu mais do que com o resto, ao mencionar que o músico dedicou sua carreira a criar "hinos sobre os EUA", que relatam as "simples glórias e os sofrimentos da vida diária" no país, e destacou que com 67 anos continue a fazer shows de quatro horas.

"Eu sou o presidente, ele é o chefe ('The Boss', com Bruce Springsteen é conhecido)", brincou Obama.

O presidente elogiou a "arte honesta e autêntica" e a "precisão dramática" de Robert De Niro, mas também brincou sobre sua fixação com os papéis de mafioso: "um mafioso que dirige um cassino, um mafioso que precisa de tratamento, Al Capone".

De Robert Redford, Obama ressaltou não apenas o trabalho como ator, mas também de apoio ao cinema independente do Instituto Sundance e o "apoio aos Parques Nacionais" dos EUA, uma tarefa que "não tem planos de desacelerar" aos 80 anos.

Tom Hanks apresentou os americanos a diferentes "heróis simples", segundo o presidente, que descreveu o ator como "um homem bom", que é "o melhor título que alguém pode ter".

Sobre a humorista Ellen Degeneres, comovida até as lágrimas ao receber o prêmio, Obama destacou a "coragem" ao anunciar que era lésbica "há 20 anos", o que foi "importante para a comunidade LGBT" e fez com que muitos americanos repensassem sobre o tema.

Na vez de Diana Ross, Obama destacou que o grupo de soul que liderava, The Supremes, "ganhou um lugar permanente na história" do país e que a cantora segue exercendo uma influência "ineludível" na música atual.

Também foi homenageado Lorne Michaels, o criador de "Saturday Night Live", programa muito criticado por Trump por suas paródias, ao qual Obama não se referiu diretamente, mas disse que seus humoristas "seguem sendo um desafio para os poderosos".

Sobre Bill e Melinda Gates, o líder americano afirmou que "os dois doaram mais dinheiro a causas benéficas do que qualquer outro", através da Fundação Gates e outros canais.

Obama também destacou a história de Eduardo Padrón, que chegou como adolescente à Flórida junto a outras crianças cubanas que buscavam "uma educação que não poderiam conseguir em seu país", e que, após estudar em Miami Dade, decidiu "criar mais histórias como a sua".

"Construiu uma fábrica de sonhos para uma das instituições de ensino mais diversificadas da nação", disse o líder, que encorajou mais pessoas a "seguirem o exemplo" do presidente do Miami Dade College.

A lista de homenageados também conta com a defensora dos índios americanos Elouise Cobell (de forma póstuma), o físico Richard Garwin, a arquiteta Maya Lin; a matemática Margaret H. Hamilton, que ajudou a criar o software para a chegada de Apolo 11 à Lua; a programadora Grace Hopper (póstuma), o comentarista Vin Scully e o regulador da indústria televisiva Newt Minow.