Topo

Santos diz que Farc deixarão de existir como grupo armado em 150 dias

24/11/2016 15h58

Bogotá, 24 nov (EFE).- O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou nesta quinta-feira que na próxima semana, quando espera que o Congresso referende o novo acordo assinado hoje com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), terá início o desmantelamento da guerrilha, processo que deve durar 150 dias.

"Espero que, segundo o procedimento estabelecido, o acordo seja aprovado ao longo da próxima semana. Esse será o dia D", disse Santos em discurso realizado no Teatro de Colón, em Bogotá, onde assinou o novo acordo de paz com o chefe máximo das Farc, Rodrigo Londoño, conhecido como "Timochenko".

"Em 150 dias, em apenas 150, todas as armas das Farc estarão em mãos das Nações Unidas. As Farc, como grupo armado, terão deixado de existir", ressaltou o presidente colombiano durante o discurso.

Santos disse que, apesar do "alto e doloroso custo do conflito" entre as partes, hoje foi assinado um acordo definitivo de paz com os guerrilheiros. "Conseguimos colocar fim a um conflito armado com as Farc e estabelecer os fundamentos para a construção de uma paz durável e duradoura, mais ampla e mais profunda. Conseguimos parar com o sangramento e que não haja mais vítimas", completou.

Para iniciar o pacto, o presidente disse que convocará todos os partidos políticos para que ajudem a implementar o mais rápido possível o acordo definitivo. "Convocarei todos os partidos, todos os setores da sociedade que participem, contribuam e alcancemos assim um grande acordo nacional para a implementação da paz".

Santos esclareceu que as Farc, como um "partido sem armas" poderão apresentar e promover seu projeto político. "Serão os colombianos que, com o voto, o apoiarão ou o rejeitarão", explicou.

"Esse é o objetivo de todo processo de paz. Que os que estavam alçados em armas as abandonem, reconheçam e respeitem as instituições e as leis, podendo participar da disputa política na legalidade", ressaltou Santos.

O presidente da Colômbia reconheceu que o novo acordo é melhor do que o assinado anteriormente em Cartegena de Indias no último dia 26 de setembro e que foi rejeitado uma semana depois em um plebiscito.

"É melhor porque renova as esperanças da imensa maioria dos colombianos. Dos 50% que votaram 'sim' e de uma importante porcentagem dos que votaram 'não'", afirmou.

Segundo Santos, o novo pacto permite que um trabalho conjunto como nação para recuperar as regiões mais afetadas pelo conflito, para reconciliar o país e aproveitar novas oportunidades de crescimento e progresso.

"Temos que nos unir e assumir essa imensa responsabilidade, aproveitar essa grande oportunidade. Tenho plena confiança que, por nosso caráter, sabemos responder esse formoso desafio", afirmou.