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Trump se oferece para resolver "problemas pendentes" do Paquistão

30/11/2016 15h49

Islamabad, 30 nov (EFE).- O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, se ofereceu nesta quarta-feira ao primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, para resolver os "problemas pendentes" do país, informou o escritório do chefe do Executivo paquistanês.

Em uma conversa telefônica com Sharif, Trump disse que está "disposto e que desejava desempenhar qualquer papel" que fosse necessário "para encontrar soluções para os problemas pendentes" do Paquistão, disse o escritório do primeiro-ministro do país asiático em comunicado.

"Será uma honra e farei isso pessoalmente", acrescentou Trump, que, de acordo com o comunicado, disse ao primeiro-ministro paquistanês: "não hesite em me telefonar a qualquer momento, inclusive antes do 20 de janeiro" de 2017, quando assumirá o cargo.

A conversa aconteceu por iniciativa de Sharif, que telefonou para Trump para parabenizá-lo pela vitória nas eleições de 8 de novembro.

Na conversa, segundo o escritório do primeiro-ministro paquistanês, Trump disse que Sharif tem "muito boa reputação", que está fazendo "um trabalho assombroso, que pode ser visto a cada dia" e que deseja vê-lo em breve.

Trump destacou as "tremendas oportunidades" que, na sua opinião, o Paquistão oferece e elogiou os paquistaneses, ao classificá-los como "um dos povos mais inteligentes".

"Trump disse que adoraria vistar este país fantástico, um lugar de gente fantástica", diz o comunicado.

Durante a campanha eleitoral, Trump manifestou seu desejo de realizar uma mediação entre o Paquistão e a Índia, para ajudar a superar o longo litígio que ambos os países mantêm desde a partilha do subcontinente indiano em 1947, uma oferta que, na época, foi bem recebida em Islamabad.

"Se pudéssemos fazer com que Índia e Paquistão tivessem boas relações, seria uma honra para mim. Seria uma grande conquista. Se eles quiserem, eu poderia ser mediador ou árbitro", disse Trump na época.

Essas palavras de elogio mudaram o tom do governo paquistanês, que tinha qualificado Trump de "ignorante" em maio, quando o então candidato afirmou que se chegasse à presidência libertaria em dois minutos Shakil Afridi, o médico que ajudou a CIA a buscar Osama bin Laden no Paquistão, e que foi condenado a 23 anos de prisão.

Os Estados Unidos oferecem grandes ajudas econômicas e militares ao Paquistão por seu apoio na guerra no Afeganistão, mas acusaram repetidamente o país asiático de não fazer o suficiente contra os talibãs afegãos em seu território.