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Sabotagem de avião para presidencial de Bangladesh rende prisão a 9 pessoas

22/12/2016 14h12

Daca, 22 dez (EFE).- Nove operários da companhia aérea estatal de Bangladesh foram detidos nesta quinta-feira acusados de tentar matar a primeira-ministra, Sheikh Hasina, após sabotar o avião no qual viajava, o que obrigou a fazer uma aterrissagem de emergência.

"As investigações iniciais revelam que estiveram envolvidos em um ato de sabotagem (...) portanto o tribunal os pôs sob detenção policial durante sete dias para interrogá-los", afirmou à Agência Efe o procurador-geral de Daca, Abdullah Abu.

O procurador disse que sete dos acusados foram detidos em uma operação policial no começo da manhã, enquanto outros dois que não tinham sido localizados pela polícia se entregaram voluntariamente às autoridades.

Segundo Abu, o tribunal enviou todos os acusados à prisão e eles tiveram a fiança negada.

O subcomissário da Polícia Metropolitana de Daca, Mohammad Yousef Ali, confirmou em declarações à Agência Efe que sete operários da companhia aérea Biman foram detidos ao longo da manhã por membros da unidade de luta contra o terrorismo e o crime transnacional.

A companhia aérea tinha suspendido os nove suspeitos por negligência e ontem os acusou de sabotagem e conspiração criminosa.

O incidente aconteceu em 27 de novembro, quando o avião da companhia aérea Biman que transportava Hasina para Budapeste para participar de uma cúpula internacional sobre a água, teve que fazer uma aterrissagem de emergência no Turcomenistão, retomando a viagem quatro horas depois.

Em um primeiro momento, pensava-se em um problema técnico, mas uma investigação posterior revelou que uma porca que tinha sido desafrouxada desencadeou a perda de combustível no motor esquerdo da aeronave, o que se deteve completamente pouco antes da aterrissagem.

Bangladesh, com a oposição fora do parlamento, atravessa uma onda de violência jihadista que em três anos deixou cerca de 70 mortos em atentados contra minorias religiosas, pensadores laicos, ativistas ou estrangeiros.

Para os partidos da oposição, esse medo ao terrorismo islâmico só deu ao governo de Hasina uma desculpa para reprimir politicamente a seus adversários e continuar o processo de apropriação da história e as frágeis instituições do país.