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Castro defende capital estrangeiro e austeridade para consolidar economia

27/12/2016 22h32

Havana, 27 dez (EFE).- O presidente de Cuba, Raúl Castro, defendeu nesta terça-feira os investimentos estrangeiros na ilha e a austeridade para obter um crescimento econômico de 2%, meta para 2017, após o país não ter cumprido as previsões deste ano.

"Em meio as dificuldades, continuaremos executando os programas de investimentos em função do desenvolvimento sustentável da economia", disse Castro em discurso que encerrou a segunda e última reunião da Assembleia Nacional, o parlamento de Cuba.

Para obter o crescimento previsto para 2017, Castro disse que será preciso garantir as exportações, aumentar a produção local para substituir importações, reduzir despesas não imprescindíveis e usar os recursos disponíveis de forma racional e eficiente.

Após pedir que o investimento estrangeiro seja dinamizado na ilha, o presidente mostrou insatisfação com o andamento desse setor vital para a economia cubana. "Foram frequentes as demoras excessivas no processo de negociação", disse Castro, de acordo com a imprensa oficial cubana.

"Temos que superar a mentalidade obsoleta e cheia de preconceitos contra o capital estrangeiro e nos livramos de falsos temores em relação a isso, porque não vamos nem iremos ao capitalismo, mas não devemos colocar impedimentos, o que podemos fazer através das leis vigentes", disse Castro.

O presidente cubano também pediu que a capacitação e a preparação sistemática dos especialistas que negociam acordos do país sejam garantidas, e que eles se "aprofundem em deficiência e erros do passado para não cometê-los de novo".

Além disso, Castro ressaltou que o fornecimento de combustíveis sempre foi um problema. Por isso, considerou que o setor é estratégico e deve receber investimentos estragenrios.

O irmão de Fidel Castro, que morreu neste ano, alertou que persistirão em 2017 as "tensões financeiras e os desafios" que afetaram a economia cubana em 2016, mas ressaltou que haverá uma recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano, depois de o país ter registrado uma retração de 0,9%.