Topo

Vice-ministro do governo de Uribe é preso em caso de suborno da Odebrecht

Fachada da Odebrecht, em São Paulo - Rodrigo Paiva/RPCI/Folhapress
Fachada da Odebrecht, em São Paulo Imagem: Rodrigo Paiva/RPCI/Folhapress

Em Bogotá

13/01/2017 01h09

As autoridades da Colômbia prenderam Gabriel García Morales, vice-ministro de Transporte durante o governo de Álvaro Uribe (2002-2010), por seu suposto envolvimento no caso de suborno da construtora Odebrecht, informou nesta quinta-feira (12) o procurador-geral, Néstor Humberto Martínez.

"A Procuradoria tem evidência que o senhor García exigiu o pagamento de US$ 6,5 milhões para garantir que a Odebrecht fosse a única empresa qualificada para a licitação do setor 2 da Rota do Sol, excluindo outros concorrentes, para ele ser franqueada, como ocorreu", disse Martínez, em entrevista coletiva.

Nos próximos dias, completou Martínez, a Procuradoria vai acusar García dos crimes de suborno, interesse indevido na realização de contratos e enriquecimento ilícito.

García Morales, primeiro preso na Colômbia no caso da Odebrecht, foi diretor do extinto Instituto Nacional de Concessões (Inco) e vice-ministro de Transporte no governo de Uribe.

Os pagamentos da adjudicação do setor 2 da Rota do Sol, que liga o interior do país com a Costa do Atlântico, foram realizadas através do Departamento de Operações Estruturais da Odebrecht, acrescentou a Procuradoria em comunicado.

De acordo com documentos divulgados no dia 21 de dezembro pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a Odebrecht pagou aproximadamente US$ 788 milhões em subornos em 12 países da América Latina e África, entre eles a Colômbia, onde teria pago mais de US$ 11 milhões entre os anos de 2009 e 2014.

A partir dessas publicações, a Procuradoria começou uma investigação onde conseguiu "estabelecer que a empresa Odebrecht efetuasse pagamentos para obter vários contratos de construção na Colômbia".

"O primeiro pagamento ilícito de US$ 6,5 milhões aconteceu para conseguir a adjudicação da concessão pelo Instituto Nacional de Concessões (Inco)", explicou a Procuradoria.

A soma restante para completar US$ 11,1 milhões foi utilizada para obter outras obras públicas com a Agência Nacional de Infraestrutura (ANI) durante atual administração.

A aproximação da Odebrecht com a Procuradoria da Colômbia "foi realizada em um quadro de confidencialidade, que também aconteceu com a justiça do Brasil, Estados Unidos e Suíça".