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Acusada de envolvimento em caso de corrupção, ministra sul-coreana é presa

Ministra da Cultura da Coreia do Sul, Cho Yoon-Sun, chegando ao tribunal para audiência - Yeon-Je Jung/AFP Photo
Ministra da Cultura da Coreia do Sul, Cho Yoon-Sun, chegando ao tribunal para audiência Imagem: Yeon-Je Jung/AFP Photo

Em Seul

21/01/2017 01h25

Um tribunal da Coreia do Sul emitiu neste sábado (21) uma ordem de prisão contra a ministra de Cultura, Cho Yoon-sun, devido a uma suposta criação de uma lista negra de artistas nacionais contrários ao governo, dentro da trama de corrupção da "Rasputina".

Desta forma, o Tribunal do Distrito Central de Seul aceitou o pedido da procuradoria para prender Cho sob as acusações de abuso de autoridade e perjúrio e, mais em particular, pela criação de uma lista contendo cerca de 10 mil pessoas do mundo das artes críticas com a administração para que não recebessem propinas.

Além disso, os juízes decidiram prender o ex-chefe da equipe do escritório presidencial, Kim Ki-Choon, que teria arquitetado a lista negra.

Os investigadores acreditam que a lista seria um instrumento dentro da rede de coação e extorsões supostamente orquestradas por Choi Soon-sil, figura central do escândalo de corrupção e apelidada de "Rasputina" por sua proximidade com a presidente afastada Park Geun-hye.

O tribunal decidiu manter Cho e Kim sob custódia, por considerar que existem "provas substanciais" dos crimes se que são acusados, assim como risco que destruam as provas, segundo a sentença divulgada pela agência de notícias "Yonhap".

Os promotores estudam agora a ligação da "Rasputina" com a lista negra, onde aparecem os premiados diretores de cinema Song Kang-ho, Park Chan-wook, Kim Ki-duk, Lee Chang-dong, Lee Woo-jin e Ryoo Seung-wan, ou escritores como Han Kang, vencedora do Prêmio Internacional Man Booker 2016 por seu romance "A Vegetariana".

A lista "viola seriamente a liberdade de pensamento e expressão das pessoas", segundo disse hoje o porta-voz da promotoria em entrevista coletiva, enquanto Cho e Kim negaram todas as acusações em interrogatórios que ocorreram durante a semana.

Cho Yoon-sun foi secretária presidencial de assuntos políticos entre 2014 e 2015 antes de ser nomeada ministra no ano passado.

Enquanto isso, Kim foi chefe do gabinete presidencial entre 2013 e 2015, e acredita-se que exerceu uma enorme influência em assuntos estatais.