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Alemanha deporta 2ª parte de solicitantes de asilo afegãos

24/01/2017 09h03

Berlim, 24 jan (EFE).- Um avião com 26 afegãos a bordo aterrissou nesta terça-feira em Cabul vindo da Alemanha, na segunda deportação de um grupo de peticionários de asilo que tiveram os pedidos negados.

A saída aconteceu "de forma tranquila e pacífica". O avião decolou do Aeroporto de Frankfurt às 20h40 (horário local) de ontem, segundo o canal estatal "NDR". Todos os deportados são homens.

Antes da decolagem, cerca de 250 pessoas participaram de uma ação de protesto no aeroporto, convocada pelas ONG Afghan Refugees Movement e Pro Asyl, conforme dados dos próprios organizadores.

"Protestamos contra expulsões a um país como o Afeganistão", afirmou Sarmina Stuman, de Afghan Refugees Movement, enquanto o secretário-geral da Pro Asyl, Günter Burkhardt, chamou de "roleta-russa" a situação à qual se veem expostos os que devem retornar.

O titular do Interior do estado federado de Schleswig-Holstein, o social-democrata Stefan Studt, também se posicionou contra as deportações. Em entrevista à rede "Redaktionsnetzwerk Deutschland", ele afirmou que os afegãos não têm garantia de retorno "digno e seguro" ao país de origem.

O ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, tinha anunciado, depois da primeira leva de deportações - de um grupo de 34 afegãos em meados de dezembro -, que aconteceriam regularmente outras ações do tipo em coordenação com os estados federados.

Em entrevista ontem à emissora pública "WDR", o ministro defendeu a expulsão dos afegãos que tiveram o direito de asilo negado e qualificou a medida de "correta e responsável".

Ele reconheceu a importância do relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), segundo o qual a segurança no Afeganistão voltou a piorar de maneira considerável desde abril de 2016 e que afirma que não é possível distinguir zonas seguras de inseguras, porque a situação está em transformação. Mesmo assim, ressaltou que o governo alemão é quem deve se responsabilizar pessoalmente pelas considerações em matéria de política externa e acrescentou que, nesse sentido, a percepção do Executivo em termos gerais é de que as expulsões são "responsáveis".