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Oposição garante que conclusão de diálogo Astana reforçará cessar-fogo

24/01/2017 11h23

Astana, 24 jan (EFE).- A oposição síria que participa das negociações de paz na capital do Cazaquistão afirmou nesta terça-feira que o comunicado final, cuja aprovação está prevista para dentro de poucas horas, reforçará o cessar-fogo.

"Esta vez a Rússia é quem insiste em aplicar o cessar-fogo e vai ter sucesso, especialmente graças a sua cooperação com a Turquia", disse hoje à Agência Efe o vice-presidente da Coalizão Nacional Síria (CNFROS), o principal agrupamento opositor, Bashar Abdul Hakim.

Hakim, que é o consultor da delegação opositora em Astana, acrescentou que a grupo governamental não quer o cessar-fogo "porque isto significa já começar um processo de transição política no país e isto o regime não quer". Mas, acrescentou, "Rússia, Turquia e Irã têm já preparado uma minuta de comunicado final que apoia o fim das hostilidades".

Ontem, Osama Abu Zeid, porta-voz do Exército Livre Sírio (ELS) e da equipe opositora, afirmou à Efe que "o sucesso dessas conversas, que não são diretas, está nas mãos dos dois países fiadores: Turquia e Rússia".

Por sua vez, o enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Síria, Staffan de Mistura, disse hoje aos jornalistas no hotel onde acontece o encontro, que ele está "otimista" sobre os resultados do diálogo.

As conversas em Astana começaram ontem com a participação das duas delegações sírias, os dois países patrocinadores, uma delegação iraniana, o enviado da ONU e o embaixador americano em Astana, George A. Krol. O primeiro dia de conversa entre o governo em Damasco e a oposição terminou após vários cruzamentos de acusações entre os dois lados em conflito na guerra da Síria.

O objetivo destas negociações é reforçar o cessar-fogo, que entrou em vigor no país em 30 de dezembro, para poder comparecer às negociações de Genebra do próximo 8 de fevereiro e iniciar uma transição política no país árabe.

Esta é a primeira vez que Astana acolhe negociações entre a oposição e o governo, embora outras três rodadas já tenha acontecido em Genebra, entre 2012 e 2016, sem qualquer solução para a crise. EFE

agm/cdr