Colômbia pedirá na Justiça que Odebrecht pague US$ 11 milhões
A Procuradoria-Geral da Colômbia abriu uma investigação preliminar ao presidente da Agência Nacional de Infraestrutura (ANI), Luis Fernando Andrade, e a outras pessoas e entidades por propinas pagas no país pela construtora Odebrecht, dinheiro que terá que ser restituído.
"Vamos solicitar através dos tribunais a restituição imediata dos US$ 11 milhões das propinas pagas pela Odebrecht no país", declarou o procurador-geral, Fernando Carrillo Flórez.
Ele disse que a investigação sobre Andrade tem a ver com a adjudicação do contrato para a construção da estrada Rota do Sol II, que liga ao longo de mais de 600 quilômetros o centro do país com a costa atlântica e que ainda não foi concluída.
Além de Andrade, estão sendo investigados outros funcionários da ANI, como Alexandra Lozano Vergara, José Andrés Torres Rodríguez, Daniel Francisco Tenjo Suárez, Ernesto Durán Vargas, Mauricio Orlando Castro Castaño e Andrés Figueredo Serpa, assim como diretores da Odebrecht, o ex-vice-ministro de Transporte, Gabriel García Morales e o ex-senador Otto Nicolás Bula, estes dois últimos estão presos.
De acordo com documentos do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a Odebrecht pagou mais de US$ 11 milhões em propinas na Colômbia entre 2009 e 2014 como parte de sua estratégia para conseguir contratos na América Latina e África.
Carrillo definiu o caso da Odebrecht no país, onde apenas García Morales e Bula estão presos, como "um dos escândalos que mais afetou patrimonialmente e moralmente a sociedade colombiana".
Além disso, a Procuradoria também investigará os contratos assinados na Rota do Sol II, assim como o empréstimo do Banco Agrário para a empresa Navelena, de propriedade da Odebrecht.
Assim será o caso do contrato assinado pela Companhia de Água de Bogotá e a construtora para o projeto dos interceptadores de águas Tunjuelo-Canoas e assinado pelo Instituto Nacional de Vias (Invías) para a execução da estrada que liga Puerto Boyacá com Chiquinquirá, ambas no departamento de Boyacá, no centro do país.
Em todos esses casos serão investigados as atuações de diferentes funcionários e ex-funcionários que participaram na realização dos contratos.
Um deles é Jorge Pizano, ex-gerente da Companhia de Água de Bogotá, "quem como vocês sabem, depois passou a ser funcionário da Odebrecht em uma típica manobra de porta giratória", disse o procurador.
Carrillo também falou que sobre o crédito concedido pelo Banco Agrário a Navelena.
O senador Jorge Enrique Robledo, do partido esquerdista Polo Democrático, denunciou na semana passada que em 2015 o Banco Agrário emprestou 120 bilhões de pesos (US$ 40,7 milhões) para a Odebrecht e a Sociedade Navelena SAS, da qual fazia parte, para as obras de melhora de navegabilidade do rio Magdalena, o principal do país.
Esse empréstimo foi concedido quando a construtora já estava em dissolução.
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