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Ministro da Justiça da Holanda renuncia 2 meses antes das eleições

26/01/2017 22h37

Haia, 26 jan (EFE).- O ministro da Justiça da Holanda, Ard van der Steur, renunciou ao cargo nesta quinta-feira após um tenso debate parlamentar no qual foi acusado pela oposição de esconder informação da Câmara Baixa, o que significa um problema para os liberais do VVD a menos de dois meses das eleições gerais.

Segundo uma reportagem exibida na segunda-feira passada pelo programa "Nieuwsuur", que teve acesso a e-mails do ministro, Van der Steur tinha recomendado durante a época como parlamentar ao então ministro da Justiça que escondesse da Câmara Baixa informações sobre um acordo firmado entre a promotoria e um traficante de drogas, Cees H., no ano de 2001.

Segundo foi revelado, o acordo fazia com que as autoridades desbloqueassem as contas bancárias do acusado em troca de uma multa de 750 mil florins.

No entanto, a quantia recuperada pelo traficante foi de 4,8 milhões de florins e, segundo o trato, ele não precisou declarar o dinheiro às autoridades fiscais.

Este assunto já acarretou em 2015 a renúncia de seu antecessor, Ivo Opstelten, e do secretário de Estado do Ministério da Justiça, Fred Teeven, ambos também do partido de governo VVD.

Segundo foi revelado, os dois tinham escondido da Câmara Baixa informação sobre o somatório total do acordo entre a promotoria e o traficante.

Van der Steur se viu obrigado a renunciar por não compartilhar com os parlamentares a informação que conhecia sobre o acordo secreto firmado entre o criminoso e a justiça. A polêmica chegou hoje ao parlamento, quando toda a oposição o pediu explicações, e um tenso debate foi gerado.

"Vejo e sinto que minhas respostas não importam, que já não tenho a confiança da Câmara", disse no discurso, após o qual anunciou que apresentaria a renúncia ao rei Willem-Alexander.

A dois meses das eleições, os liberais do VVD temem que o assunto prejudique as chances do partido nas eleições, que serão realizadas no dia 15 de março.

Segundo as pesquisas, o partido do xenofóbico Geert Wilders seria o mais votado, seguido pelo VVD, mas nenhum obteria maioria absoluta.