Hamon e Valls disputam as primárias socialistas com risco de cisão no partido
Paris, 28 jan (EFE).- Benoît Hamon e Manuel Valls disputarão no domingo a candidatura dos socialistas à presidência da França, em primárias que ameaçam fragmentar ainda mais um partido quase sem chances nas eleições pelo Palácio do Eliseu.
Hamon, representante da ala mais esquerdista do partido, a que nos últimos tempos denunciou uma direção liberal do governo do presidente François Hollande, aparece claramente como o favorito após o primeiro turno das primárias, realizado no domingo anterior.
Além de ter ficado na primeira posição entre os sete candidatos, com 36% dos votos, Hamon imediatamente recebeu o apoio do candidato que terminou no terceiro lugar, Arnaud Montebourg, com 17,5%.
Hamon e Montebourg foram ministros de Hollande até serem saírem em agosto de 2014 por repetidas críticas ao que consideravam "políticas de austeridade" do chefe de Estado e do então primeiro-ministro, Manuel Valls.
Valls sai em clara desvantagem para a disputa deste domingo após ter obtido apenas 31,5% dos votos no primeiro turno, embora tenha recebido o apoio expresso de dois dos candidatos que ficaram muito atrás no domingo passado, Sylvia Pinel (2%) e Jean-Luc Benhamias (1%). François de Rugy (3,8%) disse que não votará em Hamon.
Ciente de sua posição, Valls encerrou a campanha com o alerta de que se perder a situação "será muito difícil para a esquerda", enquanto se ganhar "a vitória é possível" nas eleições presidenciais de maio.
As pesquisas dos últimos meses vêm repetindo que, seja qual for o candidato socialista, não conseguirá passar ao segundo turno, que seria formado pelo líder da direita, François Fillon, e pela da extrema direita, Marine le Pen.
À espera para ver o impacto nas intenções de voto do escândalo que afeta Fillon desde a quarta-feira passada, por ter contratado a esposa com um suposto emprego fictício, essas mesmas pesquisas colocam o indicado socialista na quinta posição.
Ou seja, também atrás do representante da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon, apoiado pelos socialistas, e do emergente Emmanuel Macron, antigo ministro da Economia de Hollande, que se chega com um programa social-liberal.
Nos últimos dias, vazaram nomes e gestos de representantes da ala mais centrista (nesta sexta-feira, os de dois vereadores de Paris) que debandaram para o lado de Macron ou têm essa intenção, o que levou o primeiro-secretário, Jean-Christophe Cambadelis, a pedir que evitem a deserção.
Cambadelis lembrou que "os dois candidatos assinaram uma carta de união" - que prevê apoio ao vencedor - e declararam publicamente que a cumpririam.
Valls, que tinha resistido dizer qual seria sua atitude em caso de derrota, cedeu à pressão para esclarecer as coisas e garantiu que manteria a lealdade às regras, como sempre fez, embora não possa defender o programa de Hamon.
A última esperança do ex-primeiro-ministro para inverter o resultado do primeiro turno é uma mobilização de novos eleitores, ou seja, uma participação mais elevada que a do domingo passado, quando 1.655.919 pessoas compareceram às urnas.
O número registrado foi muito inferior aos 2,6 milhões que participaram do primeiro turno das primárias socialistas de 2011 - as que serviram para designar Hollande como candidato -, e ainda mais se comparado aos quatro milhões que elegeram Fillon nas primárias da direita em novembro.
Ciente do risco de cisão no partido, e que ele mesmo terá que resolver provavelmente, Hamon adiantou que reunirá os parlamentares na terça-feira para pedir calma e união nas eleições pelo Eliseu. EFE
ac/vnm
(foto)
Hamon, representante da ala mais esquerdista do partido, a que nos últimos tempos denunciou uma direção liberal do governo do presidente François Hollande, aparece claramente como o favorito após o primeiro turno das primárias, realizado no domingo anterior.
Além de ter ficado na primeira posição entre os sete candidatos, com 36% dos votos, Hamon imediatamente recebeu o apoio do candidato que terminou no terceiro lugar, Arnaud Montebourg, com 17,5%.
Hamon e Montebourg foram ministros de Hollande até serem saírem em agosto de 2014 por repetidas críticas ao que consideravam "políticas de austeridade" do chefe de Estado e do então primeiro-ministro, Manuel Valls.
Valls sai em clara desvantagem para a disputa deste domingo após ter obtido apenas 31,5% dos votos no primeiro turno, embora tenha recebido o apoio expresso de dois dos candidatos que ficaram muito atrás no domingo passado, Sylvia Pinel (2%) e Jean-Luc Benhamias (1%). François de Rugy (3,8%) disse que não votará em Hamon.
Ciente de sua posição, Valls encerrou a campanha com o alerta de que se perder a situação "será muito difícil para a esquerda", enquanto se ganhar "a vitória é possível" nas eleições presidenciais de maio.
As pesquisas dos últimos meses vêm repetindo que, seja qual for o candidato socialista, não conseguirá passar ao segundo turno, que seria formado pelo líder da direita, François Fillon, e pela da extrema direita, Marine le Pen.
À espera para ver o impacto nas intenções de voto do escândalo que afeta Fillon desde a quarta-feira passada, por ter contratado a esposa com um suposto emprego fictício, essas mesmas pesquisas colocam o indicado socialista na quinta posição.
Ou seja, também atrás do representante da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon, apoiado pelos socialistas, e do emergente Emmanuel Macron, antigo ministro da Economia de Hollande, que se chega com um programa social-liberal.
Nos últimos dias, vazaram nomes e gestos de representantes da ala mais centrista (nesta sexta-feira, os de dois vereadores de Paris) que debandaram para o lado de Macron ou têm essa intenção, o que levou o primeiro-secretário, Jean-Christophe Cambadelis, a pedir que evitem a deserção.
Cambadelis lembrou que "os dois candidatos assinaram uma carta de união" - que prevê apoio ao vencedor - e declararam publicamente que a cumpririam.
Valls, que tinha resistido dizer qual seria sua atitude em caso de derrota, cedeu à pressão para esclarecer as coisas e garantiu que manteria a lealdade às regras, como sempre fez, embora não possa defender o programa de Hamon.
A última esperança do ex-primeiro-ministro para inverter o resultado do primeiro turno é uma mobilização de novos eleitores, ou seja, uma participação mais elevada que a do domingo passado, quando 1.655.919 pessoas compareceram às urnas.
O número registrado foi muito inferior aos 2,6 milhões que participaram do primeiro turno das primárias socialistas de 2011 - as que serviram para designar Hollande como candidato -, e ainda mais se comparado aos quatro milhões que elegeram Fillon nas primárias da direita em novembro.
Ciente do risco de cisão no partido, e que ele mesmo terá que resolver provavelmente, Hamon adiantou que reunirá os parlamentares na terça-feira para pedir calma e união nas eleições pelo Eliseu. EFE
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