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Irã realiza amplas manobras militares que incluem testes com mísseis

04/02/2017 08h02

(Atualiza com dados das manobras).

Teerã, 4 fev (EFE).- A Força Aeroespacial do corpo de elite dos Guardiões da Revolução do Irã iniciou neste sábado uma série de manobras militares que incluem o teste de sistemas de radar e mísseis de fabricação local.

Estes exercícios militares acontecem em meio a uma escalada da tensão com os Estados Unidos, que ontem impuseram sanções a 13 indivíduos e 12 entidades relacionados com o programa de mísseis balísticos de Teerã, que, por sua vez, anunciou medidas recíprocas.

Segundo um comunicado publicado pelos Guardiões da Revolução em seu site "Sepahnews", as amplas manobras acontecem em uma área de 35 mil quilômetros quadrados na província de Semnan, no nordeste do país.

"O objetivo é mostrar a capacidade e preparação (do Irã) para atuar contra qualquer ameaça e subvalorizar as sanções", destacou a nota, em alusão aos EUA.

A etapa principal dos exercícios começou hoje após cinco dias de trabalho preparatório, dentro dos esforços do exército para fortalecer sua capacidade defensiva, acrescentou o comunicado.

As simulações incluem três tipos de sistemas de mísseis, entre eles "Sevon Khordad" e "Sayad 2", com um alcance de 75 quilômetros, que são capazes de atuar contra vários alvos hostis e contam com a tecnologia mais atual.

Entre os sistemas de radar se destaca o de longo alcance "Qadir", que é tridimensional e detecta e rastreia ameaças no ar a uma distância de 1.100 quilômetros.

Ontem, o diretor interino do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Tesouro dos EUA, John Smith, disse que "o contínuo apoio do Irã ao terrorismo e o desenvolvimento de seu programa de mísseis balísticos representam uma ameaça".

O Ministério das Relações Exteriores iraniano respondeu que seu sistema de mísseis "tem apenas fins defensivos e serve para portar armas convencionais".

As autoridades iranianas revelaram, além disso, que imporão "restrições legais a um número de indivíduos e entidades implicadas no financiamento e apoio a grupos extremistas na região", cujos nomes divulgarão mais adiante.

Horas antes, o presidente americano, Donald Trump, havia alertado o Irã que "está brincando com fogo", ao que o chefe da diplomacia iraniana, Mohamad Javad Zarif, respondeu que seu país não vai iniciar uma guerra, mas exercerá a legítima defesa se for necessário.

A relação entre ambos países piorou desde que Trump ordenou a suspensão por três meses da emissão de vistos a cidadãos do Irã e outros seis países de maioria muçulmana.

A República Islâmica decidiu aplicar uma medida recíproca contra os cidadãos americanos.

Também agravou a situação o teste com mísseis efetuado pelo Irã no domingo passado, ao qual Washington já ameaçou responder.