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Austrália: 4.500 casos de pedofilia na Igreja Católica são denunciados entre 1980 e 2015

Silva Júnior/Folha Imagem
Imagem: Silva Júnior/Folha Imagem

Em Sydney

06/02/2017 03h17

Quase 4.500 pessoas denunciaram abusos sexuais a menores realizados por membros da Igreja Católica na Austrália entre 1980 e 2015, segundo um relatório apresentado nesta segunda-feira (6) no início de um novo rodízio de audiências da comissão que investiga estes crimes.

A comissão real encarregada de investigar a resposta oficial aos abusos sexuais de menores na Austrália desde 1950 tomará declaração de praticamente a totalidade dos bispos do país em uma série de vistas públicas que durarão até o dia 27 de fevereiro.

No primeiro dia, a advogada conselheira da comissão, Gail Furness, disse que foram recolhidas um total de 4.444 denúncias e que estas apontam para centenas de religiosos, 93 deles altos cargos da Igreja, e afetam mais de mil instituições.

Os dados indicam que 78% dos denunciantes foram homens e 22% mulheres.

Também revelaram que a idade média das vítimas foi de 11,6 anos no caso de crianças e de 10,5 no caso de meninas, e que demoraram uma média de 33 anos em apresentar as denúncias depois que foram cometidos os supostos abusos.

"Das 1.880 pessoas identificadas como supostos abusadores, 597 eram irmãos religiosos, 572 sacerdotes, 543 laicos e 96 irmãs religiosas", disse Furness.

Os dados sugerem, além disso, que entre 1950 e 2010 mais de 20% dos Irmãos Maristas, os Salesianos de Dom Bosco e os Irmãos Cristãos foram acusados de abusos sexuais, enquanto na ordem de São João de Deus a proporção sobe para 40,4%.