Juiz ordena prisão preventiva de ex-presidente do Peru no caso Odebrecht
Um juiz peruano emitiu nesta quinta-feira (9) uma ordem de prisão preventiva de 18 meses contra o ex-presidente Alejandro Toledo, por supostamente ter recebido US$ 20 milhões em propinas da construtora Odebrecht.
O juiz Richard Concepción, titular do Primeiro Tribunal de Investigação Preparatória da Sala Penal Nacional, confirmou a ordem de prisão preventiva solicitada pelo promotor anticorrupção Hamilton Castro, quem acusa o ex-presidente dos crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro.
Toledo se encontra fora do Peru, e aparentemente esteve no último fim de semana em Paris (França), embora sua residência seja nos Estados Unidos, onde trabalha como pesquisador na Universidade de Stanford.
Este fato foi um dos motivos que levou o juiz a ordenar a prisão de Toledo, outras razões para mandado foram a gravidade dos crimes de que ele é acusado, com penas de pelo menos quatro anos de prisão.
Além disso, indicou que os "elementos de provas" existentes são suficientes e "respaldam com alto grau de confiabilidade" as acusações contra o ex-presidente.
Portanto, o juiz rejeitou a solicitação feita pelo advogado de Toledo, Heriberto Jiménez, para que o ex-presidente tivesse aparições regulares no tribunal, ao invés de permanecer preso enquanto continua a investigação.
Segundo o promotor Hamilton Castro, Odebrecht e Toledo acordaram com o pagamento de US$ 20 milhões em favor do ex-presidente, para favorecer a construtora na licitação da Estrada Interoceânica do Sul, que atravessa o território peruano, a partir da costa do Oceano Pacífico até a fronteira com o Brasil.
Dos US$ 20 milhões em propinas, a Promotoria identificou cerca de US$ 9 milhões pagos entre 2006 e 2010 em contas de empresas "offshore" de Josef Maiman, empresário peruano-israelense que serviu como testa-de-ferro do presidente, disse Castro.
Toledo é a primeira grande figura da política peruana acusada de ter recebido dinheiro da Odebrecht, cujos responsáveis confessaram para a Justiça americana que pagaram US$ 29 milhões funcionários públicos do Peru entre os anos de 2005 e 2014.
Esse período de pagamentos ilícitos compreende os governos de Alejandro Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016).
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