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Norte-coreano preso pela morte de Kim Jong-nam se diz vítima de conspiração

Único norte-coreano detido com base na investigação do assassinato de Kim Jong-nam, Ri Jong Chol deixa sede da polícia para ser deportado - Kyodo/Reuters
Único norte-coreano detido com base na investigação do assassinato de Kim Jong-nam, Ri Jong Chol deixa sede da polícia para ser deportado Imagem: Kyodo/Reuters

Em Pequim

04/03/2017 05h21

Ri Jong Chol, o único norte-coreano preso pela morte do irmão do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, defendeu neste sábado (4) sua inocência, após ser libertado por falta de provas, e afirmou que o caso é parte de "uma conspiração" contra o regime de Pyongyang.

O norte-coreano fez hoje umas breves declarações aos veículos de imprensa na parte externa da Embaixada da Coreia do Norte em Pequim, onde se encontra, após ser libertado e deportado pelas autoridades malaias ontem, segundo o jornal chinês "Global Times".

Ri foi preso no dia 18 de fevereiro, cinco dias depois da morte do irmão do líder da Coreia do Norte, após ser atacado no Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur por duas mulheres que, segundo as autoridades, esfregaram em rosto "o agente nervoso VX", considerado uma arma de destruição em massa pela ONU.

Em sua primeira aparição pública, Ri acusou a Malásia de tentar forçar sua confissão e disse que não teve nada a ver com a morte de Kim Jong-nam.

"Meu carro não estava no aeroporto, estava em minha garagem. A polícia confirmou", afirmou o norte-coreano, a quem as autoridades consideravam suspeito de ter transportado em seu veículo os quatro norte-coreanos foragidos acusados de planejar o assassinato.

Separado dos jornalistas pelas cercas que rodeiam a embaixada, Ri afirmou que a polícia da Malásia disse que poderia "ter uma boa vida" no país se "admitisse sua culpa".

"É tudo parte de um complô para desprestigiar a República da Coreia do Norte", reiterou.

O cidadão norte-coreano, que espera voltar ao seu país na terça-feira, explicou que na Malásia se dedicava ao comércio de mercadorias.

A Coreia do Sul assegura que Pyongyang está por trás do assassinato de Kim Jong-nam, enquanto Coreia do Norte atribui sua morte a um ataque ao coração e considera que o caso é um claro exemplo de "fake news" (notícias fabricadas), segundo destacou o embaixador norte-coreano na Espanha em entrevista à Agência Efe.