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Presidente turco diz que Holanda age com "remanescentes nazistas e fascistas"

11/03/2017 10h46

Istambul, 11 mar (EFE).- O presidente da Turquia, o islamita Recep Tayyip Erdogan, disse neste sábado que a Holanda atua com "remanescentes nazistas e fascistas", após a decisão do governo holandês de proibir a aterrissagem do avião do ministro das Relações Exteriores turco, Mevlüt Çavusolgu, que participaria de um comício político em Roterdã.

"Vocês podem anular os voos de nosso ministro das Relações Exteriores o quanto quiserem. Depois disto, como seus aviões virão à Turquia? Falo de diplomatas, não de cidadãos", disse o presidente em discurso em Istambul, segundo a emissora "NTV".

"A Holanda pode tentar uma, duas vezes, mas deve saber que nossos cidadãos acabarão com suas conspirações em 16 abril", disse Erdogan em relação ao referendo constitucional que será realizado na Turquia no mês que vem.

"(A Holanda) pode fazer toda a pressão que quiser, pode alimentar em seu país os terroristas que quiser, mas tudo isto se voltará contra vocês", acrescentou o presidente turco.

O governo holandês negou hoje permissão de aterrissagem em seu território ao avião de Çavusoglu, alegando que sua presença "traria riscos para a ordem pública e a segurança".

Em comunicado, o Executivo holandês explicou que tentou buscar uma alternativa em conversas com as autoridades turcas, mas que, finalmente, não teve outra opção além de proibir a aterrissagem.

Este é um novo capítulo na tensão diplomática entre os dois países sobre o referendo promovido pelo partido islamita AKP para reformar a constituição e transformar a Turquia em uma república presidencialista.

Erdogan também acusou esta semana a Alemanha de nazismo em relação com a polêmica em torno dos comícios eleitorais de ministros turcos no país para o referendo, já que os turcos são a maior comunidade de imigrantes no país europeu e mais de 1 milhão deles podem votar na Turquia.

Çavusoglu disse hoje que a Holanda ameaçou retirar sua permissão para voar a Roterdã, onde faria um discurso em um comício no consulado turco e previu "duras sanções" se ocorresse esta proibição.