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Líder da extrema-direita da Holanda chama Maomé de senhor da guerra e pedófilo

Robin van Lonkhuijsen/ ANP/ AFP
Imagem: Robin van Lonkhuijsen/ ANP/ AFP

Em Haia

14/03/2017 20h12

O líder da extrema-direita na Holanda, Geert Wilders, chamou nesta terça-feira (14) o profeta Maomé de "senhor da guerra" e "pedófilo" no encerramento da campanha eleitoral no Parlamento, que contou com a participação de representantes dos 13 partidos mais importantes do país.

"O islã representa a maior ameaça para a Holanda. Nosso futuro está em jogo. Temo que o Estado de Direito desapareça se dermos espaço ao islã", disse Wilders, um dos protagonistas da reunião que durou mais de uma hora e que foi dividido em debates curtos dois a dois entre os líderes dos grandes partidos.

O oponente de Wilders no debate, Jan Segers, da União Cristã, contestou o líder da extrema-direita, afirmando que a restrição da liberdade ou uma "proibição do Alcorão" não são meios para combater os problemas existentes na Holanda.

"O senhor tem objeções legítimas contra o islã, mas a luta tem que ser abordada de uma maneira distinta. A luta tem que ter relação com o orgulho de nossas liberdades", disse Segers a Wilders.

O debate encerrou três semanas de campanha na Holanda, que vai às urnas amanhã. Os candidatos discutiram com particular atenção a identidade holandesa, a integração dos imigrantes, a União Europeia e as mudanças no sistema sanitário do país.

O atual primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, se mostrou um tanto cansado durante o debate, ao contrário de ontem, dando a impressão de estar abalado pela crise diplomática com a Turquia.

Rutte disse estar orgulhoso pela forma com a qual impediu os atos de campanha dos dois ministros turcos e reiterou que atuaria da mesma forma se a situação se repetir no futuro.

No debate com o líder dos Verdes, Jesse Klaver, Rutte disse que o adversário é "generoso demais" com os refugiados que pedem asilo, já que critica o acordo de migração com a Turquia.

O social-democrata Lodewijk Asscher, atual vice-primeiro-ministro, também teve oportunidade de "enfrentar" Wilders no debate, mas seus argumentos foram fortemente rebatidos pelo líder populista.

"A Holanda é dos holandeses que escolheram nosso país 100%", disse Wilders, criticando as centenas de turcos que se manifestaram neste fim de semana a favor do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e contra o governo holandês.