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Aos 105 anos, sobrevivente mais velho de Pearl Harbor vai à academia

Imagem: U.S. Navy via AP

Alexandra Mendoza

25/03/2017 06h10

San Diego (EUA), 25 mar (EFE).- Ray Chávez, o sobrevivente mais velho do ataque japonês a Pearl Harbor em 1941, diz não ter o segredo da juventude, mas acredita que uma vida saudável e seus dois dias de academia por semana são responsáveis por fazê-lo chegar aos 105 anos com energia invejável e memória intacta.

Raymundo Chávez, filho de imigrantes mexicanos, comemorou no dia 10 de março um novo aniversário em sua casa na região de San Diego, no sul da Califórnia.

"Sinto-me muito bem aos 105 anos", afirmou Chávez, que, após servir na Marinha, trabalhou como paisagista até se aposentar.

Entre os presentes de aniversário que recebeu, está uma carta assinada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

"Sua coragem intrépida, seu amor ao país e seu inquebrantável compromisso com a liberdade, o faz merecedor do eterno respeito e da gratidão do povo americano", diz o documento da Casa Branca.

Debaixo dessas linhas, o presidente escreveu de próprio punho as palavras "siga em frente".

Mas esta não foi a única felicitação presidencial para o veterano da Segunda Guerra Mundial, pois, dias atrás, Chávez recebeu mensagens dos ex-mandatários George H.W. Bush, George W. Bush, Bill Clinton e Jimmy Carter.

O ex-combatente hispânico diz que não votou em Trump, já que não concorda com suas políticas, mas, mesmo assim, agradeceu e se disse honrado com o gesto. "Fico feliz que o presidente se lembre dos 'velhinhos'", brincou o veterano.

Chávez e sua filha, a também veterana Kathleen Chávez, discordam em política. Ele é democrata e ela republicana, por isso são como muitas famílias americanas que preferem não falar de política em casa.

Ray Chávez nasceu em San Bernardino, na Califórnia, em 1912 e, posteriormente, se mudou para San Diego, onde vive desde então. Aos 27 anos, se alistou na Marinha e foi alocado no navio USS Condor, na base militar de Pearl Harbor, no Havaí, que foi atacada pelos japoneses em 7 de dezembro de 1941.

Há quatro anos, Chávez sofreu uma queda que lhe causou uma fratura no braço. De alguma forma, este acidente o deixou marcado por ser uma pessoa muito ativa, pois passou a utilizar uma cadeira de rodas.

Muitas vezes sua filha não conseguia convencê-lo a deixar a poltrona de sua casa, mas, um dia, os dois leram em um jornal o caso de uma mulher de 101 anos que encontrou tratamento em uma academia próxima de sua casa, e Chávez decidiu tentar também.

Na academia, situada na cidade de Poway, ao norte de San Diego, Chávez encontrou no exercício uma fonte de vida, tanto que deixou totalmente a cadeira de rodas e agora usa somente uma bengala.

"Seus resultados foram espetaculares", comenta seu personal trainer, Sean Thompson.

"No princípio, não acreditava (em sua idade), fiz com que ele me mostrasse sua carteira de identidade. Ele faz exercícios de pessoas que tem em torno de 80 anos, é definitivamente jovem de coração", acrescentou o treinador.

O veterano hispânico é praticamente uma celebridade na academia, aonde vai todas as terças e sextas-feiras.

Na entrada do recinto, há uma fotografia de Ray junto com seu personal trainer tirada há alguns anos, quando ambos fizeram o lançamento da primeira bola em um jogo da equipe de beisebol de San Diego.

Chávez combina a atividade física com uma vida saudável. Nunca tomou álcool, nem fumou e se alimenta de maneira equilibrada.

"Eu acredito que seu segredo é que ele trabalhou ao ar livre durante toda a vida. Ele nunca se sentou atrás de uma escrivaninha e, quando tinha 90 anos, seu médico lhe disse que parecia que tinha 60", ressaltou sua filha.

Chávez, que não teme as longas viagens, esteve no ano passado em Honolulu para comemorar o 75º aniversário do ataque a Pearl Harbor e assegura que pretende retornar em dezembro deste ano para lembrar mais uma vez um fato histórico do qual ainda recorda com perfeição.

Faltam cinco anos para que o sobrevivente daquele ataque histórico, que levou os Estados Unidos a entrarem na Segunda Guerra Mundial, ser considerado um "supercentenário", segundo a classificação da organização Gerontology Research Group (GRG).

Essa organização especializada considera a italiana Emma Morano-Martinuzzi como a pessoa mais velha do mundo, com 117 anos e 113 dias.
 

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