Topo

Soldados são decapitados por milicianos na República Democrática do Congo

25/03/2017 14h13

Kinshasa, 25 mar (EFE).- Pelo menos 30 policiais e soldados das Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC) foram decapitados por milicianos do grupo Kamuina Nsapu em uma emboscada em Kananga, na província de Kasai (sudoeste), informaram à Agência Efe neste sábado fontes do governo.

Embora o balanço ainda seja provisório, sabe-se que os policiais morreram em um ataque da milícia congolesa Kamuina Nsapu que começou ontem na província de Lomani, e continua hoje, disse à Efe o governador da província, Patrice Kamanda.

"Os enfrentamentos ainda estão acontecendo. Nossos dispositivos foram reforçados e esperamos sufocar estes bandidos que causaram tanto prejuízo aos civis e às forças de segurança, incluindo policiais e militares que morreram após um confronto duro e sangrento que começou ontem à noite", disse.

Os milicianos invadiram um acampamento militar armados com facões. Eles roubaram armamentos e veículos das forças congolesas na aldeia de Mwene-Ditu.

"Os milicianos puseram em risco todos os esforços de paz feitos na última visita do ministro do Interior", lamentou o deputado Dieu Merci Mutombo.

Ele confirmou que os enfrentamentos prosseguem em Mwene-Ditu e disse que mais militares foram enviados ao local.

"Isto, sem dúvida, aumentará o número de vítimas", alertou o deputado, que disse que as ruas da aldeia e de Kananga estão desertas, exceto pela presença das FARDC.

A violência em Kasai aumentou depois que as forças de segurança mataram em agosto do ano passado o líder da milícia Kamuina Nsapu. Desde então, mais de 400 pessoas morreram e cerca de 200 mil foram deslocadas, conforme a Organização das Nações Unidas (ONU).

De acordo com a Human Rights Watch, em algumas ocasiões, as forças de segurança do Estado "responderam à milícia com força excessiva, disparando inutilmente em supostos membros de milícias ou partidários, entre eles mulheres e crianças".

Desde janeiro, já foram descobertas mais de 20 valas comuns em três áreas de Kasai e nas últimas semanas foram divulgados vídeos mostraram soldados atirando em membros da milícia, com poucas ou sem armas, incluindo mulheres e crianças, segundo a HRW.