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Schwarzenegger critica Trump e afirma que carvão mata mais que o EI

26/03/2017 06h20

Viena, 26 mar (EFE).- O ator e ex-governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, criticou o fato de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, querer impulsionar a exploração de carvão, quando esse combustível "mata" muitas mais pessoas que o grupo terrorista Estado Islâmico (EI).

"Só alguém que vive na Idade de Pedra" quer recuperar o carvão como fonte de energia, disse Schwarzenegger, de 69 anos, em declarações publicadas neste domingo pelo jornal "Die Presse".

De visita na Áustria, seu país de origem, o ator de dupla nacionalidade (austríaca e americana) destacou que, apesar de ser membro do Partido Republicano, como Trump, não pode apoiar o atual presidente porque considera errôneas as prioridades de sua política.

Schwarzenegger se referiu especialmente à promessa de Trump de recuperar as atividades em minas de carvão fechadas nos Estados Unidos, que inscreve-se em uma política de fomentar os combustíveis fósseis, aumentar a despesa militar e reduzir o orçamento para a proteção do meio ambiente.

"Sete milhões de pessoas morrem a cada ano pela contaminação do ar e Trump quer recuperar o carvão e combater o EI. O Estado Islâmico tem que ser eliminado, mas não é o problema número um para os seres humanos, não é um perigo maior que o carvão", ressaltou.

Hoje em dia, "quem quiser fazer algo para a segurança pública deveria proteger o meio ambiente", acrescentou aquele que foi governador do Estado da Califórnia entre 2003 e 2011.

Por outro lado, o ator reconheceu que o êxito de Trump nas eleições do novembro do ano passado está relacionado com o fato de que a população americana está "farta" da classe política da primeira potência mundial, à qual critica por "não dizer a verdade e não cumprir as promessas" que fazem em campanha.

"O povo está farto. E depois um se assombra quando pássaros realmente raros chegam ao poder", comentou.

Neste contexto, Schwarzenegger admitiu certo paralelismo entre seu triunfo na Califórnia em 2003 e a votação a favor do multimilionário Trump, pois nenhum dos dois tinha sido político antes.