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Assassino em série Donald Harvey, o "Anjo da Morte", morre em prisão nos EUA

Ohio Department of Rehabilitation and Correction/AP
Imagem: Ohio Department of Rehabilitation and Correction/AP

Em Washington

31/03/2017 15h32

O assassino em série Donald Harvey, apelidado de o "Anjo da Morte", um enfermeiro que matou dezenas de pessoas que estavam sob seu cuidado em hospitais dos Estados Unidos, morreu nesta quinta-feira após ser atacado na prisão em que cumpria três condenações de prisão perpétua.

O tenente Robert Sellers, porta-voz da Patrulha Estadual de Estradas de Ohio, confirmou a morte de Harvey, de 64 anos, informou nesta sexta-feira (31) a imprensa local.

O 'serial killer' foi atacado na tarde de terça-feira por outro detento em sua cela na prisão de Toledo, no Estado de Ohio, onde cumpria as três condenações de prisão perpétua, e finalmente morreu nesta quinta-feira devido às lesões, em um caso que ainda está sendo investigado.

Donald Havery foi condenado a três prisões perpétuas por ter assassinado 34 pessoas durante as décadas de 1970 e 1980 quando trabalhou em diferentes hospitais de Ohio e Kentucky.

Nos julgamentos, Harvey, que é considerado um dos maiores assassinos em série da história criminal dos Estados Unidos e que nunca mostrou arrependimento, garantiu que matava suas vítimas, a maioria idosos, por compaixão, mas a acusação alegou que ele matava por prazer e que, inclusive, torturava suas vítimas.

No geral, Harvey as envenenava com substâncias como veneno para ratos, petróleo destilado, arsênico e cianureto, que dava aos doentes misturados com bebidas e comidas.

No entanto, durante o julgamento, veio à tona que o assassino também torturava suas vítimas e que matou outras asfixiadas, tampando seus rostos com travesseiros quando estavam acamadas no hospital, ou colocando um saco plástico sobre a cabeça e também ao não abastecer os tanques de oxigênio que necessitavam.

O assassino tinha nascido em uma localidade próxima a Cincinnati (Ohio) em 15 de abril de 1952, mas sua família se mudou para uma pequena cidade dos Apalaches, em Kentucky, onde, segundo os psiquiatras que o examinaram no processo, cresceu em condições de pobreza e foi vítima de abusos sexuais por parte de familiares.

Os assassinatos de Harvey foram descobertos casualmente em 1987, quando no "Hospital Drake", em Cincinnati, um médico legista notou um cheiro de cianureto que saía do estômago de um cadáver quando realizava a autópsia de uma de suas vítimas.

Ao ser interrogado, Harvey confessou que esse tinha sido um dos dois assassinatos que tinha cometido naquele dia.

Após sua prisão, sua mãe, Goldie McKinley, disse aos veículos de imprensa que seu filho era "um bom menino", mas que estava "muito doente" e que precisava de "um bom médico".

Depois do julgamento por esse primeiro caso, descobriu-se que durante o tempo em que Harvey trabalhou no citado centro hospitalar foram registradas mortes com características similares.

O assassino em série acabou confessando na época 21 assassinatos, incluído o de um vizinho a quem deu um bolo envenenado com arsênico e de outro conhecido, para não ser condenado à morte.

Posteriormente, Harvey acrescentou à lista outros 13 crimes, correspondentes a pacientes do Hospital Marymount, na cidade de London (Kentucky), onde tinha trabalhado no início dos anos 1970.

Em entrevista dada em 2003, seu advogado disse que o assassino calculava que tinha matado cerca de 70 pessoas, mas a maior parte dos casos jamais foi descoberta.