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Forças russas foram advertidas pelos EUA do ataque contra base aérea na Síria

07/04/2017 00h47

Washington, 6 abr (EFE).- Os Estados Unidos alertaram as forças militares da Rússia que iriam efetuar o ataque contra a base aérea de Shayrat, na cidade de Homs, na Síria, antes de lançar quase 60 mísseis de cruzeiro, em resposta ao uso de armas químicas por parte do governo de Bashar al Assad.

"As forças russas foram notificadas com antecedência através de linhas de comunicação estabelecidas", disse através de um comunicado, o porta-voz do Pentágono, Jeff Davis, acrescentando que os lançamentos foram especificamente orientados para evitar "a morte de civis e em conformidade da Lei de Conflito Armado".

"Os planejadores militares americanos tomaram precauções para minimizar o risco para os russos e sírios situados na base aérea", disse Davis.

O porta-voz também afirmou que embora o Pentágono ainda esteja avaliando os efeitos do ataque, já comprovaram que "danos consideráveis e destruição" de aeronaves sírias, elementos de infraestrutura e outros equipamentos, o que "reduzirá a capacidade do governo sírio de fazer uso de armas químicas".

Por sua parte, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, disse que as forças russas foram notificadas, mas não houve um contato direto com o Kremlin.

"Não fizeram contatos com Moscou, nem com o presidente (Vladimir) Putin, embora os acordos de descentralização militares foram seguidos", afirmou o secretário de Estado, para um grupo de jornalistas, depois que o presidente Donald Trump confirmou ter dado a ordem para o ataque.

"A Rússia devia localizar estas armas, protegê-las e destruí-las. Eles devem atuar como fiadores, e é evidente que a Rússia falhou em sua responsabilidade", disse Tillerson, em respeito dos acordos feitos com a Síria para que deixasse de fazer uso deste tipo de armas, após outro ataque similar ocorrido em 2013.

"Ou a Rússia foi cúmplice ou foi simplesmente incompetente em sua capacidade para cumprir esse acordo", afirmou o chefe da diplomacia dos Estados Unidos.

O governo russo havia alertado sobre as "consequências" de uma ação unilateral por parte dos Estados Unidos contra a Síria, enquanto o Conselho de Segurança das Nações Unidas ainda busca chegar a um acordo sobre uma resolução, precisamente por causa do veto russo.

As forças militares americanas lançaram hoje um total de 59 mísseis de cruzeiro, a partir de dois de seus navios militares localizados no Mediterrâneo, contra a base aérea de Shayrat, na cidade de Homs, de onde acredita o governo americano, partiram as aeronaves que executaram os ataques aéreos da última terça, onde cerca de 80 civis morreram.