Suécia admite que não poderia deportar uzbeque acusado do atentado
Copenhague, 10 abr (EFE).- As autoridades suecas reconheceram nesta segunda-feira que teria sido difícil deportar o uzbeque suspeito de cometer o atentado de sexta-feira em Estocolmo - um solicitante de asilo com uma antiga ordem de expulsão -, por conta da situação de seu país.
O Uzbequistão é considerado uma ditadura que viola os direitos humanos. A Suécia não expulsa pessoas a esse país, da mesma forma que a outros na mesma condição.
"É difícil deportar pessoas a certos países que ou não aceitam o regresso de cidadãos ou arriscamos a penalizá-los se os deportamos a força. Estamos falando de regimes ditatoriais", declarou o diretor da Polícia Nacional Sueca, Dan Eliasson, em uma coletiva de imprensa sobre a investigação do atentado.
Ele reconheceu que na Suécia existe "um grande número de pessoas" com pedido de asilo negado e com ordem de expulsão - mais de 12 mil, segundo as autoridades - e apontou que esse é um problema que existe "em todos os países europeus".
O suposto autor do atentado, que atropelou com um caminhão várias pessoas em uma área de pedestres no centro da capital, tinha chegado à Suécia em 2014. Sua solicitação foi rejeitada em junho de 2016 e em dezembro ele recebeu uma ordem para abandonar o país de forma voluntária. Dois meses depois, as autoridades migratórias levaram o caso à Polícia, que no final de fevereiro de 2017 emitiu uma ordem de investigação.
O principal responsável pela Polícia de Fronteiras, Patrik Engström, reconheceu hoje à rádio pública "Radio Sweden" que, se o uzbeque tivesse sido encontrado, as chances de efetivar a ordem ou de detê-lo teriam sido "muito, muito pequenas".
"Poderíamos identificá-lo, inspecionar sua residência e possivelmente obrigá-lo a comparecer à Polícia de forma regular. Mas a condição para mantê-lo detido está diretamente vinculada à possibilidade de efetuar a ordem", explicou.
O ministro de Interior sueco, o social democrata Anders Ygeman, anunciou ontem à noite em um debate na TV pública "SVT" que vai dotar a Polícia de mais recursos.
"Precisamos de mais medidas. É evidente que quem não tem razões para receber asilo deve retornar a seu país", disse.
Jimmie Akesson, líder do ultradireitista Democratas de Suécia - terceira força parlamentar -, qualificou no debate de "escandalosa" a existência de milhares de pessoas com ordem de expulsão do país e pediu para que sejam postas sob custódia.
Em 2015, a Suécia foi o país da União Europeia com mais solicitantes de asilo per capita - 163 mil - mas a implantação de controles fronteiriços e o endurecimento das condições de recepção reduziram consideravelmente a quantidade no último um ano e meio. EFE
alc/cdr
O Uzbequistão é considerado uma ditadura que viola os direitos humanos. A Suécia não expulsa pessoas a esse país, da mesma forma que a outros na mesma condição.
"É difícil deportar pessoas a certos países que ou não aceitam o regresso de cidadãos ou arriscamos a penalizá-los se os deportamos a força. Estamos falando de regimes ditatoriais", declarou o diretor da Polícia Nacional Sueca, Dan Eliasson, em uma coletiva de imprensa sobre a investigação do atentado.
Ele reconheceu que na Suécia existe "um grande número de pessoas" com pedido de asilo negado e com ordem de expulsão - mais de 12 mil, segundo as autoridades - e apontou que esse é um problema que existe "em todos os países europeus".
O suposto autor do atentado, que atropelou com um caminhão várias pessoas em uma área de pedestres no centro da capital, tinha chegado à Suécia em 2014. Sua solicitação foi rejeitada em junho de 2016 e em dezembro ele recebeu uma ordem para abandonar o país de forma voluntária. Dois meses depois, as autoridades migratórias levaram o caso à Polícia, que no final de fevereiro de 2017 emitiu uma ordem de investigação.
O principal responsável pela Polícia de Fronteiras, Patrik Engström, reconheceu hoje à rádio pública "Radio Sweden" que, se o uzbeque tivesse sido encontrado, as chances de efetivar a ordem ou de detê-lo teriam sido "muito, muito pequenas".
"Poderíamos identificá-lo, inspecionar sua residência e possivelmente obrigá-lo a comparecer à Polícia de forma regular. Mas a condição para mantê-lo detido está diretamente vinculada à possibilidade de efetuar a ordem", explicou.
O ministro de Interior sueco, o social democrata Anders Ygeman, anunciou ontem à noite em um debate na TV pública "SVT" que vai dotar a Polícia de mais recursos.
"Precisamos de mais medidas. É evidente que quem não tem razões para receber asilo deve retornar a seu país", disse.
Jimmie Akesson, líder do ultradireitista Democratas de Suécia - terceira força parlamentar -, qualificou no debate de "escandalosa" a existência de milhares de pessoas com ordem de expulsão do país e pediu para que sejam postas sob custódia.
Em 2015, a Suécia foi o país da União Europeia com mais solicitantes de asilo per capita - 163 mil - mas a implantação de controles fronteiriços e o endurecimento das condições de recepção reduziram consideravelmente a quantidade no último um ano e meio. EFE
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