Semana Santa ortodoxa é marcada na Grécia por fascinantes rituais
Miguel Ruiz de Arcaute.
Atenas, 14 abr (EFE).- Com a chegada da Sexta-feira Santa, uma das festividades nacionais, culturais e religiosas mais importantes de Grécia, o país celebra a reta final da Semana Santa com interessantes e chamativas tradições.
A Semana Santa grega, embora na essência seja semelhante ao rito católico, difere substancialmente na prática de liturgias e cerimônias. Enquanto a segunda oriente sua doutrina para a Paixão e Morte de Jesus Cristo, a ortodoxa dá mais ênfase à Ressurreição.
Da mesma forma, as procissões diárias se limitam à Sexta-feira Santa, quando os epitáfios, ícones com a imagem de Jesus, saem das igrejas acompanhados de velas escuras em sinal de luto por sua crucificação.
Devido a esta diferença nos fundamentos de uma e outra, o acontecimento mais notável acontece no dia anterior à Ressurreição.
É durante o Sábado Santo que a chamada Sagrada Luz (Agion Fos em grego), que simboliza o ressurgir de Jesus, chega à Grécia de Jerusalém e é recebida com grandes honras por algumas das autoridades mais destacadas do país.
Segundo reza a tradição, o arquimandrita greco-ortodoxo é escoltado junto com a Luz de Jerusalém a Tel Aviv, onde um avião fretado pelo governo grego o leva a Atenas.
Tal transferência ocorre depois que o Patriarca acenda a Luz (uma vela cuja chama - segundo a tradição - surge de forma espontânea) no interior da Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém. De acordo com a doutrina ortodoxa, a Luz, que é acendida no lugar onde teoricamente fica o túmulo de Cristo, não queima nos primeiros 33 minutos desde sua combustão.
Ao chegar ao solo grego, ela é levada à também chamada Igreja do Santo Sepulcro, no bairro de Plaka, em Atenas. Lá, centenas de pessoas esperam com suas próprias velas, como marca a tradição.
Uma vez dentro com a Sagrada Luz, é aceso por sua vez um círio, e é então que os devotos acendem suas velas para levá-las a suas casas ou respectivas paróquias. Pouco a pouco, a chama vai se estendendo por todo o país.
Com a Luz finalmente nos lares, as famílias fazem o sinal da cruz nos dintéis das portas e, após se desejarem a paz, se sentam à mesa para celebrar o renascimento de Cristo.
Para isso, preparam uma sopa especial de cordeiro, a mayiritsa, e outros pratos icônicos da gastronomia grega que servem de prolegômeno em relação ao grande dia, o Domingo.
Os ovos de páscoa pintados de vermelho são também um ornamento habitual, da mesma forma que outro costume segundo o qual os comensais devem pegar um ovo cada e chocá-lo com os dos demais até que só um deles tenha suas extremidades intactas.
Passada a meia-noite, uma exibição de fogos ilumina o céu para celebrar a chegada da Páscoa.
Mas é só no dia seguinte que os penitentes dão finalmente por terminada a Semana Santa com um banquete de cordeiro assado que assam em suas próprias casas em companhia de amigos e parentes.
No entanto, as variações a respeito da cerimônia católica não terminam aí. São várias as cidades gregas que celebram a festa a seu modo no último dia.
Por exemplo, é o caso da tradicional batalha de fogos na ilha de Quíos, onde as paróquias de duas igrejas lançam fogos de artifício entre si com o extravagante e não menos perigoso objetivo de causar impacto no campanário da "rival".
Já em Corfu, orquestras filarmônicas se apresentam para comemorar a Ressurreição de Jesus ao mesmo tempo em que são lançados das varandas cântaros com água. Definitivamente, um espetáculo digno de ver, independente da fé que se tenha.
Atenas, 14 abr (EFE).- Com a chegada da Sexta-feira Santa, uma das festividades nacionais, culturais e religiosas mais importantes de Grécia, o país celebra a reta final da Semana Santa com interessantes e chamativas tradições.
A Semana Santa grega, embora na essência seja semelhante ao rito católico, difere substancialmente na prática de liturgias e cerimônias. Enquanto a segunda oriente sua doutrina para a Paixão e Morte de Jesus Cristo, a ortodoxa dá mais ênfase à Ressurreição.
Da mesma forma, as procissões diárias se limitam à Sexta-feira Santa, quando os epitáfios, ícones com a imagem de Jesus, saem das igrejas acompanhados de velas escuras em sinal de luto por sua crucificação.
Devido a esta diferença nos fundamentos de uma e outra, o acontecimento mais notável acontece no dia anterior à Ressurreição.
É durante o Sábado Santo que a chamada Sagrada Luz (Agion Fos em grego), que simboliza o ressurgir de Jesus, chega à Grécia de Jerusalém e é recebida com grandes honras por algumas das autoridades mais destacadas do país.
Segundo reza a tradição, o arquimandrita greco-ortodoxo é escoltado junto com a Luz de Jerusalém a Tel Aviv, onde um avião fretado pelo governo grego o leva a Atenas.
Tal transferência ocorre depois que o Patriarca acenda a Luz (uma vela cuja chama - segundo a tradição - surge de forma espontânea) no interior da Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém. De acordo com a doutrina ortodoxa, a Luz, que é acendida no lugar onde teoricamente fica o túmulo de Cristo, não queima nos primeiros 33 minutos desde sua combustão.
Ao chegar ao solo grego, ela é levada à também chamada Igreja do Santo Sepulcro, no bairro de Plaka, em Atenas. Lá, centenas de pessoas esperam com suas próprias velas, como marca a tradição.
Uma vez dentro com a Sagrada Luz, é aceso por sua vez um círio, e é então que os devotos acendem suas velas para levá-las a suas casas ou respectivas paróquias. Pouco a pouco, a chama vai se estendendo por todo o país.
Com a Luz finalmente nos lares, as famílias fazem o sinal da cruz nos dintéis das portas e, após se desejarem a paz, se sentam à mesa para celebrar o renascimento de Cristo.
Para isso, preparam uma sopa especial de cordeiro, a mayiritsa, e outros pratos icônicos da gastronomia grega que servem de prolegômeno em relação ao grande dia, o Domingo.
Os ovos de páscoa pintados de vermelho são também um ornamento habitual, da mesma forma que outro costume segundo o qual os comensais devem pegar um ovo cada e chocá-lo com os dos demais até que só um deles tenha suas extremidades intactas.
Passada a meia-noite, uma exibição de fogos ilumina o céu para celebrar a chegada da Páscoa.
Mas é só no dia seguinte que os penitentes dão finalmente por terminada a Semana Santa com um banquete de cordeiro assado que assam em suas próprias casas em companhia de amigos e parentes.
No entanto, as variações a respeito da cerimônia católica não terminam aí. São várias as cidades gregas que celebram a festa a seu modo no último dia.
Por exemplo, é o caso da tradicional batalha de fogos na ilha de Quíos, onde as paróquias de duas igrejas lançam fogos de artifício entre si com o extravagante e não menos perigoso objetivo de causar impacto no campanário da "rival".
Já em Corfu, orquestras filarmônicas se apresentam para comemorar a Ressurreição de Jesus ao mesmo tempo em que são lançados das varandas cântaros com água. Definitivamente, um espetáculo digno de ver, independente da fé que se tenha.
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