Topo

Lula chama 87 testemunhas e juiz Sérgio Moro quer sua presença nas audiências

18/04/2017 03h11

São Paulo, 17 abr (EFE).- O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou 87 testemunhas em uma ação penal contra ele por suposta corrupção, mas terá que assistir todas as audiências, como foi determinado na segunda-feira pela Justiça.

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela investigação do escândalo de corrupção da Petrobras, disse em seu parecer que "será exigida a presença do acusado Luiz Inácio Lula da Silva nas audiências onde serão ouvidas as testemunhas pedidas pela própria defesa".

De acordo com Moro, a presença do ex-presidente servirá para "prevenir a insistência na oitiva de testemunhas irrelevantes, impertinentes ou que poderiam ser substituídas, sem prejuízo, por prova emprestadas".

Primeiramente, a defesa de Lula havia convocado 52 testemunhas, entre elas "dois senadores, dois deputados federais, o ministro da Fazenda (Henrique Meirelles), um juiz do Tribunal de Contas, entre outras", para aumentar essa lista em 35 mais em um segundo pedido.

"No total, 87 testemunhas, o que parece bastante exagerado", comentou Moro.

De acordo com a denúncia, a construtora Odebrecht pagou propinas de R$ 75 milhões em troca de oito contratos com a Petrobras e tais recursos incluíram um terreno de R$ 12,5 milhões, onde seria construída a sede do Instituto Lula, entidade dirigida pelo ex-presidente.

Segundo o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, a decisão de Moro é "mais uma arbitrariedade contra o ex-presidente, pois subverte o devido processo, convertendo o direito do acusado (defesa) em obrigação".