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Corrupção em empresa de gestão de água em Madri tem ramificações no Brasil

19/04/2017 09h26

Madri, 19 abr (EFE).- O caso de corrupção envolvendo a empresa pública de gestão de água em Madri, Canal de Isabel II, que motivou nesta quarta-feira a detenção de 12 pessoas, entre elas o ex-presidente da Comunidade de Madri, Ignacio González, tem ramificações na América Latina, inclusive no Brasil, segundo fontes da investigação na Espanha.

O juiz que dirige a operação, Eloy Velasco, investiga supostos crimes de prevaricação, organização criminosa, malversação, pagamento de propina, lavagem de dinheiro, fraude, falsidade ideológica e corrupção nos negócios.

Entre os 12 detidos pela Guarda Civil da Espanha se encontra Edmundo Rodríguez Sobrino, considerado o homem de confiança de González na América Latina.

Rodríguez Sobrino foi destituído há um ano como presidente-executivo da Inassa, a filial colombiana da Canal Extensia, que gerencia contratos de gestão de águas na América Latina.

O detido apareceu vinculado a várias sociedades criadas no Panamá, por isso a atual presidente da Comunidade de Madri, Cristina Cifuentes, o destituiu do cargo.

Cifuentes, que foi convocada pelo juiz para testemunhar sobre este caso, disse hoje que tanto ela como sua equipe de governo "estão colaborando ativamente com a Justiça".

Em julho de 2016, o Canal de Isabel II fechou dez filiais que tinha na América Latina porque estas tinham pouca atividade ou porque não eram "razoáveis e compatíveis" com a gestão de águas, explicou na época o então responsável da empresa pública, Ángel Garrido, que continua no cargo.

Entre as empresas com ordem de fechamento, Garrido destacou a radicada no Brasil: Emissão Engenharia e Construções, uma companhia cuja compra supostamente fraudulenta já estava sendo analisada por parte do Canal de Isabel II.

Diante desse panorama, o atual governo autônomo de Cifuentes levou então à Justiça suas suspeitas de irregularidades na gestão da equipe que era presidida por seu antecessor, Ignacio González.

O Canal de Isabel II tinha cerca de 20 empresas filiais em Colômbia, Equador, Panamá, República Dominicana e Brasil que conseguiram quase US$ 20 milhões de lucro em 2015, um valor 93% maior em comparação com o ano anterior, segundo afirmou Garrido há poucos meses.