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EUA afirmam que acordo nuclear com Irã "fracassou" em seu objetivo

19/04/2017 18h50

Washington, 19 abr (EFE).- O secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, disse nesta quarta-feira que o acordo nuclear alcançado em 2015 por seis potências com o Irã "fracassou na hora de cumprir seu objetivo", e que, se não forem impostas mais restrições a Teerã, esse país pode seguir os passos da Coreia do Norte.

Um dia depois de anunciar em um comunicado que o governo de Donald Trump está fazendo uma revisão sobre o acordo nuclear com o Irã, Tillerson usou uma entrevista coletiva no Departamento de Estado para destacar suas dúvidas sobre o pacto alcançado durante o mandato de Barack Obama.

"O JCPOA (como é conhecido o acordo multilateral) fracassa na hora de conseguir o objetivo de um Irã não nuclear. Somente atrasa sua intenção de converter-se em um Estado nuclear", comentou o titular de Relações Exteriores dos EUA.

Segundo Tillerson, esse acordo "ignorou completamente todos os outros riscos apresentados pelo Irã" e o fato de que é preciso "lidar com o Irã de forma integral", levando em conta também seu "patrocínio do terrorismo", entre outros fatores.

O governo Trump considera que esse acordo "representa o mesmo enfoque fracassado do passado", e por isso está repensando se mantém a suspensão de sanções a Teerã, incluída no pacto.

Em um momento de fortes tensões entre Estados Unidos e Coreia do Norte, Tillerson também quis advertir que Teerã poderia transformar-se em uma nova Pyongyang.

"Um Irã sem restrições tem o potencial de seguir o mesmo caminho que a Coreia do Norte e levar consigo o resto do mundo. Os EUA querem evitar uma segunda prova de que a paciência estratégica é uma tática falida", ponderou.

O chefe da diplomacia americana reproduziu assim a expressão - "paciência estratégica" - da qual fez uso o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, para referir-se na semana passada ao fim da tática empregada pelo governo Obama para lidar com Pyongyang.

Além disso, Tillerson fez hoje uma lista das "alarmantes e contínuas provocações" do Irã, a quem acusou de "exportar o terror e a violência, desestabilizando vários países".