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Ex-presidente do Peru nega ter recebido propina da Odebrecht

22/04/2017 07h17

Lima, 21 abr (EFE).- O ex-presidente do Peru, Alan García, reiterou na sexta-feira que nunca recebeu propinas da construtora Odebrecht depois que foi descoberto que sua sigla aparece em uma anotação pessoal do ex-presidente da companhia, Marcelo Odebrecht, vinculadas ao projeto de irrigação Olmos.

"Olmos foi contratado por um outro regime e implementado pelo governo regional. A outros podem ter comprado, não a mim", disse García em seu Twitter.

A revista digital "Hildebrandt en sus trece" revelou que a Polícia Federal brasileira encontrou nas anotações do celular de Marcelo Odebrecht que citava o ex-mandatário.

O projeto de irrigação Olmos, idealizado há 90 anos pelo engenheiro britânico Charles Sutton, consiste no desvio das águas do rio Huancabamba com um túnel de 20 quilômetros de extensão sob os Andes para irrigar 43,5 mil hectares de cultivos semeados em pleno deserto da região norte de Lambayeque.

A construção do túnel foi concedido à Odebrecht em 2004 pelo governo do ex-presidente Alejandro Toledo através do governo regional de Lambayeque, o mesmo que em 2010 licitou a construção da infraestrutura para irrigar os cultivos a H2Olmos, uma subsidiária da Odebrecht, em uma cerimônia onde Alan García estava presente.

O caso da Odebrecht no Peru se concentra em traçar o rastro dos US$ 29 milhões que a construtora brasileira admitiu para a Justiça dos Estados Unidos que pagou a autoridades peruanas entre 2005 e 2014.

Esse período inclui os mandatos presidenciais de Alejandro Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016).

No mandato de García, a Promotoria investiga as propinas entregues pela Odebrecht para ganhar a construção da Linha 1 do metrô de Lima, pelo que isso estão presos o ex-vice-ministro de Comunicações, Jorge Cuba, e vários membros do comitê de licitação da obra.