Manifestantes invadem Parlamento da Macedônia e agridem deputados opositores
Milhares de manifestantes invadiram nesta quinta-feira (27) o Parlamento da Macedônia e agrediram vários deputados da oposição, entre eles o líder do partido social-democrata SDSM, Zoran Zaev.
Os manifestantes entraram na Câmara após a divulgação da notícia que o SDSM, junto com os três partidos albaneses com representação parlamentar, tinha eleito um novo presidente do Parlamento após o fim da sessão regulamentar.
Tanto os social-democratas como a União Democrática para a Integração (DUI) e a Aliança para os Albaneses anunciaram a nomeação de Talat Xhaferi como novo presidente da câmara.
O partido atualmente no governo, o conservador VMRO-DPMNE, liderado pelo ex-primeiro-ministro Nikola Gruevski, qualificou esta eleição como "golpe de estado" porque a sessão parlamentar tinha terminado e porque, desde as eleições de dezembro, não foi possível formar um governo.
Os deputados do VRMO-DPME se uniram aos cânticos dos manifestantes de "traição, traição" e perseguiram os outros deputados, muitos dos quais continuam escondidos.
Há quase dois meses o presidente da Antiga República Iugoslava da Macedônia, Gjorge Ivanov, se nega a outorgar um mandato aos social-democratas e aos principais partidos da minoria albanesa, apesar de os vencedores das eleições, os conservadores, terem sido incapazes de forjar uma coalizão.
Ivanov argumenta que uma aliança entre os social-democratas e os albaneses poria em perigo a integridade do Estado, pois, em sua opinião, esta coalizão tem se estabelecido por meio da ingerência do primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama.
Os social-democratas de Zoran Zaev e os partidos albaneses tinham chegado a um acordo para outorgar mais direitos a esta minoria que forma 25% da população da Macedônia.
Este pacto despertou os fantasmas de uma federalização étnica do país, ou até mesmo da criação de um Grande Estado da Albânia nos Balcãs.
Nas eleições antecipadas de 11 de dezembro, o partido VMRO-DPMNE ganhou com apenas dois deputados de vantagem sobre o SDSM, mas não conseguiu renovar uma aliança com aquele que durante muitos anos foi seu parceiro de governo, o DUI.
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