Rússia é um dos protagonistas nos primeiros 100 dias de Trump na presidência
Raquel Godos
Washington, 28 abr (EFE).- A sombra do papel da Rússia nas eleições presidencias de novembro nos Estados Unidos inevitavelmente pairou sobre os primeiros 100 dias do governo de Donald Trump, um controverso assunto cujo desfecho parece estar longe.
Pouco demorou para soar os alarmes, e sem chegar a completar um mês à frente do país foi revelado o escândalo envolvendo o ex-general Michael Flynn, que tinha sido designado por Trump como assessor de segurança nacional e que foi obrigado a renunciar ao cargo em tempo recorde, depois do vazamento de que tinha laços com Moscou.
Flynn, que havia assessorado Trump em política externa durante a campanha, manteve contatos com o embaixador russo em Washington, Serguey Kislyak, durante o período de transição entre o governo do ex-presidente Barack Obama e o atual, e inclusive antes das eleições presidenciais de 8 de novembro.
Algumas dessas ligações telefônicas foram interceptadas e, segundo as transcrições, Flynn e o embaixador russo falaram das sanções contra o Kremlin que Obama impôs antes de deixar a Casa Branca como represália pela suposta ingerência russa nas eleições. A renúncia era inevitável.
Semanas depois, as acusações contra Flynn foram aumentando, e inclusive chegaram a ser revelados pagamentos que o militar aposentado recebeu do governo russo por diferentes serviços avaliados em dezenas de milhares de dólares.
Nesta mesma semana, vários congressistas alertaram que poderia ter ocorrido um crime por não notificar tais pagamentos quando solicitou acesso à informação classificada americana.
No entanto, a Casa Branca reiterou desde que começaram os primeiros vazamentos que ninguém da equipe de Trump conhecia nada a respeito, da mesma forma que rejeita qualquer vínculo com o Kremlin para influenciar nos resultados eleitorais.
Através dos Comitês de Inteligência da Câmara dos Representantes e do Senado, os legisladores estão tentando explicar qual foi a verdaidera influência do governo de Vladimir Putin nas eleições nas quais o bilionário venceu a então favorita, a democrata Hillary Clinton.
No entanto, os americanos tiveram pouco acesso aos resultados de tais investigações, e só realizaram algumas audiências públicas com funcionários do governo que contribuíram pouco sobre o assunto.
Por enquanto, pelo menos três aspectos fundamentais de toda a trama foram confirmados por parte do diretor do FBI, James Comey, e outras instâncias oficiais.
Primeiro, que Moscou usou uma estratégia para influenciar nas eleições presidenciais, interceptando e divulgando de fato os e-mails do chefe de campanha de Hillary, John Podesta, e do Comitê Nacional Democrata (DNC).
Segundo, que o FBI abriu uma investigação para saber se a equipe de Trump se coordenou com o governo russo a tal efeito.
E terceiro, que as acusações feitas pelo multimilionário, em meio ao escândalo russo, sobre uma suposta escuta colocada pelo governo Obama na Trump Tower, em Nova York, durante a campanha são infundadas, e não existem provas.
Enquanto isso, e entre acontecimentos e personagens, os democratas do Congresso e alguns republicanos cobram uma investigação independente que garanta a legitimidade e permita saber até que ponto o eterno inimigo russo influenciou na legitimidade da maior democracia do mundo.
Nesse sentido, outro protagonista foi o presidente da comissão de inteligência da Câmara dos Representantes, Devin Nunes, que teve que se retirar das investigações depois de duvidar de certas informações que tinha recebido, informando antes à Casa Branca que a seus próprios companheiros do Congresso.
Além disso, Nunes adiou em várias ocasiões o comparecimento público nas audiências do comitê de vários funcionários de justiça e inteligência do governo Obama, o que para muitos foi uma manobra para proteger Trump diante da possível revelação de novos dados que pudessem afetar o governante.
O escândalo russo, que avança lentamente em meio à fatigada agenda política do bilionário, viverá seu seguinte capítulo na próxima semana com a realização de outra rodada de audiências no Capitólio, onde por fim testemunharão alguns dos dirigentes do governo anterior.
Washington, 28 abr (EFE).- A sombra do papel da Rússia nas eleições presidencias de novembro nos Estados Unidos inevitavelmente pairou sobre os primeiros 100 dias do governo de Donald Trump, um controverso assunto cujo desfecho parece estar longe.
Pouco demorou para soar os alarmes, e sem chegar a completar um mês à frente do país foi revelado o escândalo envolvendo o ex-general Michael Flynn, que tinha sido designado por Trump como assessor de segurança nacional e que foi obrigado a renunciar ao cargo em tempo recorde, depois do vazamento de que tinha laços com Moscou.
Flynn, que havia assessorado Trump em política externa durante a campanha, manteve contatos com o embaixador russo em Washington, Serguey Kislyak, durante o período de transição entre o governo do ex-presidente Barack Obama e o atual, e inclusive antes das eleições presidenciais de 8 de novembro.
Algumas dessas ligações telefônicas foram interceptadas e, segundo as transcrições, Flynn e o embaixador russo falaram das sanções contra o Kremlin que Obama impôs antes de deixar a Casa Branca como represália pela suposta ingerência russa nas eleições. A renúncia era inevitável.
Semanas depois, as acusações contra Flynn foram aumentando, e inclusive chegaram a ser revelados pagamentos que o militar aposentado recebeu do governo russo por diferentes serviços avaliados em dezenas de milhares de dólares.
Nesta mesma semana, vários congressistas alertaram que poderia ter ocorrido um crime por não notificar tais pagamentos quando solicitou acesso à informação classificada americana.
No entanto, a Casa Branca reiterou desde que começaram os primeiros vazamentos que ninguém da equipe de Trump conhecia nada a respeito, da mesma forma que rejeita qualquer vínculo com o Kremlin para influenciar nos resultados eleitorais.
Através dos Comitês de Inteligência da Câmara dos Representantes e do Senado, os legisladores estão tentando explicar qual foi a verdaidera influência do governo de Vladimir Putin nas eleições nas quais o bilionário venceu a então favorita, a democrata Hillary Clinton.
No entanto, os americanos tiveram pouco acesso aos resultados de tais investigações, e só realizaram algumas audiências públicas com funcionários do governo que contribuíram pouco sobre o assunto.
Por enquanto, pelo menos três aspectos fundamentais de toda a trama foram confirmados por parte do diretor do FBI, James Comey, e outras instâncias oficiais.
Primeiro, que Moscou usou uma estratégia para influenciar nas eleições presidenciais, interceptando e divulgando de fato os e-mails do chefe de campanha de Hillary, John Podesta, e do Comitê Nacional Democrata (DNC).
Segundo, que o FBI abriu uma investigação para saber se a equipe de Trump se coordenou com o governo russo a tal efeito.
E terceiro, que as acusações feitas pelo multimilionário, em meio ao escândalo russo, sobre uma suposta escuta colocada pelo governo Obama na Trump Tower, em Nova York, durante a campanha são infundadas, e não existem provas.
Enquanto isso, e entre acontecimentos e personagens, os democratas do Congresso e alguns republicanos cobram uma investigação independente que garanta a legitimidade e permita saber até que ponto o eterno inimigo russo influenciou na legitimidade da maior democracia do mundo.
Nesse sentido, outro protagonista foi o presidente da comissão de inteligência da Câmara dos Representantes, Devin Nunes, que teve que se retirar das investigações depois de duvidar de certas informações que tinha recebido, informando antes à Casa Branca que a seus próprios companheiros do Congresso.
Além disso, Nunes adiou em várias ocasiões o comparecimento público nas audiências do comitê de vários funcionários de justiça e inteligência do governo Obama, o que para muitos foi uma manobra para proteger Trump diante da possível revelação de novos dados que pudessem afetar o governante.
O escândalo russo, que avança lentamente em meio à fatigada agenda política do bilionário, viverá seu seguinte capítulo na próxima semana com a realização de outra rodada de audiências no Capitólio, onde por fim testemunharão alguns dos dirigentes do governo anterior.
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