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Marcha da Maconha defende liberdade de usuários em São Paulo, Rio e Brasília

Homem fuma durante Marcha da Maconha na avenida Paulista, em SP - Leonardo Benassatto/Frame Photo/Estadão Conteúdo
Homem fuma durante Marcha da Maconha na avenida Paulista, em SP Imagem: Leonardo Benassatto/Frame Photo/Estadão Conteúdo

Do Rio

06/05/2017 19h55

Milhares de pessoas foram às ruas de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Brasília neste sábado durante a Marcha Mundial da Maconha, celebrada nesta semana em vários países, para defender a legalização da substância no Brasil.

Organizada desde 2002 no país, os manifestantes protestaram desta vez especificamente contra o aumento do número de usuários que já abarrotam o já superlotado sistema penitenciário do país.

"Quebrar correntes, plantar sementes" foi o lema deste ano dos manifestantes que ocuparam a Avenida Paulista, em São Paulo, a orla da praia de Ipanema, no Rio de Janeiro, e a Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

O coletivo Marcha da Maconha São Paulo, que ocupou duas pistas da Avenida Paulista em frente ao Museu de Arte Moderna (Masp), explicou em um manifesto que o objetivo do ato é criticar "as correntes que continuam aprisionando os usuários".

O vereador Renato Cinco (PSOL), que acompanhou os cerca de 1.000 manifestantes no Rio de Janeiro, afirmou que a crise das penitenciárias do país tem se agravado pela quantidade de usuários de drogas que são presos apesar da possibilidade de cumprirem penas alternativas.

"O número de presos por drogas no Brasil passou de 31.000 em 2006 para 138.000 em 2016, o que representa 25% dos presos no país. O problema é que a maioria absoluta deles foi encarcerada por ser usuário ou por ter sido surpreendido com uma quantidade irrisória de maconha. Isso só serve para piorar a superlotação do sistema carcerário", destacou.

Apesar das marchas terem transcorrido sem incidentes, a Polícia Militar prendeu oito das cercas de 500 pessoas que participaram do evento em Brasília, entre elas três menores de idade, por porte de pequenas quantidades de maconha.

Também ganharam destaque nas marchas os familiares de pessoas com doenças graves que podem ser tratadas com derivados da maconha e que defendem a legalização do uso medicinal da erva.

No Congresso são debatidos atualmente três projetos de lei com o objetivo de legalizar a maconha. Um deles, de iniciativa popular e apoiado por 20.000 assinaturas, pede que a substância tenha regulamentação similar a do tabaco e a do álcool.

Outra proposta, do deputado federal Jean Wyllis (PSOL-RJ), prevê a descriminalização do consumo, a produção e o comércio de maconha.